Ascendeu o sinal de alerta no Palmeiras. O que se viu no empate com o Goiás em casa, com um desesperador futebol praticadopode-se tomar como o ponto do limite da paciência do torcedor, assim como, o claro sinal de que as coisas não vão bem na Academia.

De certa forma causa espanto ver que alguém sempre marcado por “pojetos” e auto suficiência egóica não consiga impor um esquema tático positivo para a equipe Alviverde. Há de se descontar o fator pandemia na vida de Luxemburgo, no começo da temporada o treinador afirmou que não faria rodízio com jogadores, que estimularia a luta por posições mas buscaria uma formação fixa.
Com a chegada da pandemia e o calendário apertado, segundo o técnico, a rotatividade do elenco se faz necessário. Fato, pois daqui até fevereiro são três partidas por semana, porém , já é perceptível que o time é mal treinado, não esboça uma jogada, não existe triangulação. O time muitas vezes se compacta no ataque, mas as linhas de ataque não se aproximam. Não há uma ideia a executar, algo que defina o DNA ofensivo capaz de causar temores nos adversários.
A falta de criação após 8 partidas se transformou em inexistência de padrão de jogo, tanto, que fica impossível comentar a partida de sábado, contra o Goiás, pinçando jogadas específicas. A pobreza de futebol apresentado só faz ressaltar as repetitivas analises de que Luiz Adriano sofre ao ter que voltar desnecessariamente para buscar jogo, ou que o setor defensivo sempre se mostra mais consciente do que os que estão com a missão de atacar. Muita gente com pouca bola para um mesmo setor.
A verdade é que apenas Luiz Adriano, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gomez e Weverton se salvaram da inutilidade esmeraldina de sábado à noite. Felipe Melo mais uma vez mostrou que sua ausência é péssima para o grupo. Seja pela qualidade da bola entregue lá na frente (muitas vezes o único recurso efetivo), ou pela liderança em campo.
Na redundância que marca as análises atuais, é inevitável pensar no quanto muitodo que vemos de desastroso nas atuações são reflexos da saída de Dudu. O camisa 7 jogavaora pelo meio, ora pela ponta, tanto que esse era o dilema pra escala-lo. A polêmica desse período era “Dudu falso 10?”. Com a ausência, o time perdeu a referência de conclusões via transições de setores e até mesmo criação de jogadas, bem como, abriu mãodo craque com forte potencial de agredir a área.
A saída impactou os planos de Luxa, pois desde então as recentes experiências não surtiram efeito e a postura do time já começa a ser questionada, inclusive pelo treinador, que em coletiva pós jogo afirmou esperar um Palmeiras com mais intensidade.
No entanto, essa cobrança por intensidade é por natureza escalonável , se Vanderlei cobra os jogadores por mais intensidade, a massa palestrina o cobra por mais atitude na condução desse imenso problema de falta de fundamentos, ou pela maneira anárquica que escala a equipe, sem dar sequencia à uma formação de setor ao menos.
O Palmeiras precisa de um time titular referencial ao menos, se ficar rodando sem critério pode esquecer qualquer sintonia. Contudo, percebe-se duas falhas muito claras de Luxemburgo: Time mal treinado e afobadamente escalado. Balança o Pofexô, de maneira paradoxal, causa dúvida logo após um título conquistado diante do maior rival. O domingão pós empate em que se desperdiçou dois pontos certos foi de grita geral nas redes sociais, levantou-se o debate sobre a queda ou não do treinador. Massa verde dividida nos trends topics.
Fontes de dentro do Palmeiras afirmam que nem se cogita a demissão do técnico, a diretoria do clube segue a racional ponderação de que se quebra um trabalho que reiniciado repleto de peculiaridades, de fato, trocar treinador sempre carrega o real perigo de se afundar ainda mais a jornada.
Ao seguir esse caminho, a esperança é a volta de Veron para compor com Luiz Adriano e apostar que os lampejos de criação de Lucas Lima se tornem frequentes. Mas mesmo a construção dessa via depende do treinador formar um elenco principal e rodar peças o menos possível.
Trata-se de um dilema, pois procurar alternativas no mercado não está longe da racionalidade quando se sabe que perder o timing de uma retomada de proposta. Basta pensar que se o “peneirão” inócuo do Luxa não avançar em evolução que se traduza em vitórias, a temporada se esvai e a queda também é vertiginosa.
Um técnico novo, que consiga encaixar no segundo melhor elenco bem pago do país uma proposta de futebol mais vistoso e eficiente pode ser a saída para o Palmeiras inspirar confiança em sua torcida. O desafio aí é achar esse nome. A escolha aventureira pode não ser capaz de alavancar as tristes apresentações do Palestra. Em linguagem clara e direta, o trabalho de Luxemburgo leva jeito de que está pífio e passa a sensação de que qualquer coisa pode ser melhor.