O técnico Mano Menezes concedeu entrevista ao canal de Duda Garbi, no YouTube e trouxe à tona informações que descrevem o início de um caos vivido pelo Cruzeiro. O atual treinador do Internacional passou pela Toca entre 2016 e 2019 e, comandando o Clube Celeste, conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil.

Foto: Reprodução Canal Duda Garbi (YouTube)
Foto: Reprodução Canal Duda Garbi (YouTube)

As revelações indicam que mesmo sob a força de um bicampeonato, a Raposa já apresentava problemas crônicos de caixa: “A gente começa a ver que as coisas estão fora do padrão. Eu sempre fui um técnico muito preocupado com essas questões assim do clube poder honrar os compromissos com o grupo de jogadores. E as coisas já haviam atrasando no ano anterior. Já fomos campeões da Copa do Brasil com dois meses de salário atrasado, cinco de imagem. Coisas que tu vai vendo que não tá andando bem”, declarou Mano Menezes.

A coisa toma ares sinistros, quando Mano fala abertamente que o problema não era sequer acompanhado de maneira responsáveis pelos dirigentes: “Então, nessa hora o clube tem que começar a resolver os problemas. E eu não via a preocupação de resolver os problemas. Eu sempre via aumentando os problemas, e isso nunca termina bem. Mas isso não é uma coisa dos dois últimos anos. É uma coisa que vem se arrastando desde o bicampeonato brasileiro do Cruzeiro. As dívidas já vinham desde lá e sempre vinham sendo empurradas e uma hora estoura”, revelou.

Mano Menezes acredita que os títulos da Copa do Brasil criaram uma cortina de fumaça, escondendo o problema e completa: “Mas não tinha dinheiro para pagar a comida. É uma irresponsabilidade que quem dirige tem que ter essa noção de que as coisas não estão indo para o rumo certo”. Para finalizar, o treinador abordou a herança que a gestão irresponsável gerou ao Clube.

“Hoje eu tenho, eu e mais de 100 pessoas, questões trabalhistas do Cruzeiro para receber. E não temos quase nenhuma perspectiva. Quem sabe com a chegada a SAF, vai mais um pouquinho para frente e a recuperação judicial que a Justiça concede e aí uma coisa que é sua, que você trabalhou, que é um direito seu, passa a ser paga em seis anos, mais quatro de carência, 10 anos para você receber uma coisa que é sagrada”, finalizou.