A passagem de Diego Godín pelo Atlético-MG foi rápida e pouco notada. Contratado pelo Galo em janeiro, após estar na reserva do Cagliari-ITA, o defensor quase não entrou em campo pelo time mineiro e, nas poucas oportunidades em que atuou, protagonizou falhas e problemas de encaixe na equipe, que marcaram a saída precoce do zagueiro.

Godín não ficou nem seis meses no Atlético-MG; defensor é mais um entre os uruguaios que não vingaram no Galo
© PEDRO SOUZA / ATLETICOGodín não ficou nem seis meses no Atlético-MG; defensor é mais um entre os uruguaios que não vingaram no Galo

Agora jogador do Vélez Sarsfield, Godín não é o único uruguaio a não ter rendido o esperado com a camisa alvinegra. No século XXI, inclusive, a lista de conterrâneos que não vingaram no Galo é ampla, com o destaque mais alarmante: nenhum jogador nascido no Uruguai conseguiu emplacar uma boa passagem pelo Atlético-MG desde a virada do século.

Em anos de glórias, especialmente nas décadas de 1970 e 1980, nomes como o do lateral Hector Cincunegui, integrante do time campeão brasileiro de 71, do goleiro Ladislao Mazurkiewicz, que defendeu o Galo entre 72 e 74 e esteve na Copa do Mundo de 74, e o zagueiro Walter Olivera, que se aposentou no Alvinegro e conquistou a torcida entre 83 e 85 ficaram na história do Clube. Posteriormente, as lembranças não seriam tão boas.

Jogadores uruguaios que não vingaram pelo Galo neste século

No século XXI, nenhum nome conseguiu fazer uma passagem longeva pelo Atlético-MG. O primeiro uruguaio a atuar pelo time no período foi o zagueiro Carlos Gutiérrez, em 2002. Ele havia integrado a seleção nacional no ano anterior, pela Copa América, e até atuou como titular pelo Galo em muitos duelos, até 2003: foram 48 jogos, mas depois voltou ao River Plate, do Uruguai.

Na sequência, contratações que não se afirmaram ficaram marcadas na cabeça da torcida. Em 2008, o lateral-esquerdo Agustín Viana, estadunidense naturalizado uruguaio, não conseguiu tomar conta da posição, e deixou a Cidade do Galo após fazer apenas 10 jogos oficiais, com um gol marcado.

No ano seguinte, quem chegou foi o goleiro Fabián Carini. Com status de já ter sido o titular da seleção uruguaia, e com passagens por Inter de Milão e Juventus, o arqueiro levantou as expectativas no Galo, mas acabou marcado por más atuações e gols pouco habituais sofridos, entre 2009 e 2010. Ao todo, fez apenas 19 partidas e sofreu 30 gols.

Alguns anos depois, foi a vez da dupla David Terans e Martín Rea chegar ao Atlético-MG, em 2018, e não deixar nenhuma saudade na torcida. O meia-atacante, hoje no Athletico-PR, defendeu o Galo por um ano e meio, e só fez dois gols em 33 jogos, poucos deles como titular.

Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG – Hoje destaque do Furacão, Terans vestiu a camisa do Galo entre 2018 e 2019, mas quase não atuou como titular no período

Já o zagueiro Rea quase não entrou em campo, e deixou o Clube após fazer dois jogos, com time reserva, no Campeonato Mineiro de 2019; hoje, Rea atua no Danubio-URU.

Além deles, o lateral-esquerdo Lucas Hernández acabou sendo um contemporâneo e conterrâneo que não vingou no Atlético-MG. Contratado em 2019 para ser uma alternativa a Fábio Santos na posição, o uruguaio não empolgou e fez apenas sete partidas, até 2020, quando foi emprestado ao Cuiabá e, posteriormente, negociado com o Sport.

Por fim, Diego Godín ficou menos de seis meses no Galo. No período, foram apenas nove jogos disputados, com algumas falhas pesadas, como diante do Flamengo, na Supercopa do Brasil, e contra o América, na Copa Libertadores. A dificuldade de adaptação do ex-zagueiro do Atlético de Madrid, onde foi multicampeão, acelerou a saída, culminando no retorno de Jemerson para a vaga dele no Galo.