Montenegro posiciona Botafogo de forma contundente após decisão da Ferj e revela: “Prefiro perder pontos do que perder vidas”

Após quase dois meses de paralisação total do futebol devido à pandemia do Coronavírus, alguns times do Brasil já fazem os últimos ajustes para voltar aos treinos nas próximas semanas. Enquanto esperam o aval final do governo do Rio de Janeiro e dos órgãos públicos, essas equipes estão atrás atender medidas de prevenção para que nenhum jogador seja infectado neste período inicial de retorno. Por outro lado, outros clubes bateram o pé e alegaram que só vão voltar a campo quando tudo estiver normalizado.

Na noite deste domingo (03), a Ferj (Federação Estadual do Rio de Janeiro) publicou uma nota liberando as equipes que disputam o Campeonato Carioca a retomarem aos treinamentos a partir do dia (11). Ou seja, cada presidente é responsável por liberar ou não a volta às atividades. O membro do comitê gestor do futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, afirmou que o clube de General Severiano não retomará os treinamentos, apesar da resolução publicada, e pregou que todos devem ter paciência neste momento difícil.

O ex-presidente da Estrela Solitária pontuou que, neste momento, muita cautela se faz necessária para pensar em futebol, por mais difícil que a situação financeira dos clubes esteja, mas que é importante preservar a saúde de todos. O Fogão assumiu o compromisso pela segurança de seus funcionários e jogadores, para que não sejam infectados. Por fim, revelou que prefere perder pontos por não jogar do que perder vidas.

“Eu agradeço a liberação para os treinamentos, mas nós não vamos voltar ao campo para treinar, por enquanto. O Campeonato Brasileiro já foi adiado. Se tiver que começar em junho ou em julho, nós vamos esperar. Eu prefiro perder pontos em uma competição, dar W.O. do que perder vidas no meu clube. Eu não saberia lidar com isso”, declarou em entrevista ao SportsCenter, da ESPN Brasil, na noite do último domingo.

Montenegro criticou a pressa dos clubes em querer retomar a competição ainda e maio e terminou sua participação no programa alegando que se isso tiver que ser feito, o Brasil vera uma fila enorme nos cemitérios de pessoas enterrando o seus parentes. “Por que tem gente falando que o Campeonato tem que começar em maio? Por que não falar que vamos começar após o fim da pandemia? Eu me sinto mal até de discutir isso. Por que o futebol tem que voltar? O futebol não é essencial. A tendência das cidades é fechar mais coisas. Daqui a pouco, vamos ter filas nos cemitérios e filas de jogadores treinando“, complementou.