Algumas contratações feitas pelo Cruzeiro,causam mais impacto entre aquelas que foram realizadas pela gestão do ex-presidenteWagner Pires de Sá. Documentos obtidos pelo portal SuperesportesMGapontam que o clubese comprometeu pagar, ao longo de 36 meses de contrato, um montante deR$ 53 milhões, envolvendo um medalhão, que já não se encontra maisem Minas.

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro.
Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro.

É o caso de Rodriguinho. O valor total, não necessariamente gasto pelo Cruzeiro, uma vez que Rodriguinho rompeu o vínculo e seguiu para o Bahia,inclui aquisição dedireitos econômicos(cerca de R$ 26,3 milhões),remuneraçãodo jogador ao longo dos 36 meses (cerca de R$ 14 milhões),direitode imagem(R$ 9,3 milhões), além decomissõesdeintermediários(R$ 3,4 milhões).

Em meados de janeiro de 2019, a Raposaacertou a compra do meia por 7 milhões de dólares livres de impostos. Na cotação da época, o negócio girou em torno de R$ 26,3 milhões. O Pyramids, do Egito, que detinha os direitos econômicos, aceitou receber em sete parcelas, até janeiro de 2022. O contrato envolvia inúmeros pormenores.

Nessa linha, o clube celestepagou uma espécie de entrada. Depositou R$ 3,85 milhões na conta do clube egípcio em 25 de janeiro de 2019. E foi só. As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (500 mil dólares), fevereiro de 2020 (500 mil dólares) e maio de 2020 (1 milhão de dólares). O clube ainda precisaria pagar uma parte em agosto de 2020 (500 mil dólares), outra em novembro de 2020 (500 mil dólares) e a última em janeiro de 2022 (3 milhões de dólares), quando o contrato de Rodriguinho já teria se encerrado.

Rodriguinho atua hoje no Bahia – Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro.

Neste momento, há um dos detalhes mais ‘curiosos’ do acordo. O Cruzeiro garantiu o pagamento da última (e maior) parcela por meio de um Instrumento de Garantia de Cessão, concedendo ao clube do Egito uma garantia “irrevogável e irretratável” decorrentes do repasse de 20% dos direitos econômicos do zagueiroMurilo, do atacanteRaniele do atacanteVinícius Popó.

Na hipótese de cessão definitivade percentuais desses jogadores a outros clubes antes de janeiro de 2022, o Cruzeiro deveria repassar 20% dos valores totais cinco dias após o recebimento do dinheiro. Murilo foi negociado com o Lokomotiv-RUS por R$ 11 milhões, em junho de 2019 (20% representa R$ 2,2 milhões), e Raniel foi vendido ao São Paulo por R$ 12,9 milhões, no mês seguinte (20% representa R$2,58 milhões).

Vale lembrar que no contrato, a Raposaaceitou multa de 10% em caso de atraso em cada uma das parcelas, além de juros de mora (atraso) de 6% ao ano, computado sobre o valor total em mora, da data devida até a data do pagamento. O valor deverá ser multiplicar ainda mais em função de variação cambial.