Desde os apitos finais dos jogos entre Palmeiras e Ponte Preta e Corinthians e Mirassol, que colocaram os dois maiores rivais do estado de São Paulo frente a frente na decisão do Campeonato Paulista de 2020, a guerra entre os clubes nos bastidores pegou fogo nos últimos dois dias. Logo na segunda-feira (3), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disse em reunião na sede da FPF que não iria fazer o seus jogadores realizarem novos testes para Covid-19, o que acabou irritando muito o presidente palmeirense, Mauricio Galiotte.
Horas depois, o mandatário corintiano divulgou uma nota explicando o motivo pelo qual não forçaria o seu elenco a realizar novas baterias de exame, reiterando que o time está respeitando o protocolo da Federação Paulista e está mantendo os seus atletas concentrados desde a retomada da competição, diferentemente do Alviverde, que está liberando o plantel após as partidas.
No dia seguinte, as críticas à postura adotada pelo mandatário do Corinthians mudaram de lado e foram parar na Academia de Futebol; na terça-feira (4), entraram em pauta as liberações do elenco após as partidas. A justificativa da diretoria do Palestra para tanto foi atribuída ao fato de que tem feito exames em todos os envolvidos nos jogos, não vendo necessidade de deixar os atletas longe de suas famílias durante a competição, embora o protocolo da FPF exigisse que todas as equipes participantes tomassem essa medida.
Nesta quarta-feira (5), dia do primeiro confronto, a guerra de bastidores ganhou um novo capítulo. De acordo com o repórter Rodrigo Fragoso, do canal Esporte Interativo, três membros da Mancha Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, foram até a Academia de Futebol para conversar com o elenco, mostrar apoio e o sentimento dos demais torcedores ao time de Vanderlei Luxemburgo antes dos primeiros 90 minutos da decisão. Por ser uma época de pandemia, a atitude dos torcedores que foram ao local, e principalmente do presidente Mauricio Galiotte, que permitiu o encontro, dividiu a opinião de boa parte da torcida do maior campeão do Brasil. Enquanto muitos concordaram com a ideia da organizada, muitos discordaram e relembraram do ex-presidente Paulo Nobre, que não compactuava com as ideias da Mancha Verde.
Ao saber da notícia, Andrés Sanchez voltou no cenário e, nos bastidores, quer que o Palmeiras, que na última segunda-feira (3), testou todos os jogadores, faça uma nova bateria de exames para poder entrar em campo logo mais. O Verdão, por sua vez, já avisou que não pretende atender o pedido do mandatário e que só realizará novos testes nesta quinta-feira (6).