Em meio à pandemia do coronavírus, diversos jogadores que atuam no exterior estão tentando voltar ao Brasil para ficar junto de suas famílias.
Com Marcelo Grohe, ex-goleiro do Grêmio, ídolo da equipe após a conquista da Libertadores de 2017 e que joga atualmente pelo Al-Ittihad, não foi diferente. Ele conseguiu um voo de repatriação, convidado por Bruno Uvini, que joga na mesma equipe, rumo à França. O requisito para embarcar era ter passaporte europeu: Grohe, a esposa Paula e os dois filhos do casal possuíam tal passaporte, mas não a funcionária da família, a gaúcha Carine Alvez, de 37 anos, que trabalha com eles desde a chegada da família à Arábia Saudita.
Grohe então precisou tomar uma decisão, e sua atitude tocou profundamente os torcedores brasileiros. Tanto gremistas quanto colorados apoiaram a atitude nobre do jogador: de acordo com reportagem da GaúchaZH Esportes, ele e a família se recusaram a embarcar naquele voo, porque não toleraram a ideia de deixar Carine sozinha na Arábia Saudita, mesmo sabendo que talvez demorariam ainda mais para voltar ao Brasil por conta das fronteiras fechadas, voos suspensos e uma série de outros impedimentos causados pela pandemia. “Se ela não pode embarcar, nós também não vamos”, declarou o goleiro, que não abandonou sua funcionária e permaneceu no país mesmo sem saber quando poderia voltar ao Brasil.
Mas, enfim, eles conseguiram: nesta terça (28), eles embarcarão em uma aeronave disponibilizada pela embaixada do Brasil na Arábia Saudita. Serão feitas 4 conexões até a chegada em São Paulo, prevista para a madrugada de quarta (29).
Em solo brasileiro, Grohe, a esposa, os dois filhos e a funcionária partirão juntos rumo a Porto Alegre. O ídolo de 33 anos vinha tendo sequência no Al-Ittihad, sendo titular nos nove jogos disputados em 2020. Ele tem contrato até junho de 2022 e, em toda janela de transferências, o torcedor gremista sonha com o retorno do goleiro.