O Vasco fechou a sétima rodada da Série B no G-4 da competição. Passo importante para a missão de voltar à elite do futebol brasileiro. O Gigante está em franca repaginação e um dos protagonistas do momento vivenciado em São Januário é o gerente de futebol Carlos Brazil, que chegou ao clube em dezembro de 2021 e já participou de 40 negociações. Sobre a turbulência que o Vasco atravessa entre oscilações e avanços, o gerente detalha a jornada:

“A pressão vai existir, são diversas opiniões, mas nós precisamos ter as nossas convicções. Sabemos o que acontece internamente no dia a dia, o que pode ser solucionado. Temos consciência de toda melhoria que precisa ser feita. Neste momento estamos em quarto lugar, posição que o clube não ocupava há muito tempo, com viés de alta e perspectiva de crescimento. O time vem melhorando a cada jogo, aspectos que antes eram muito criticados. São números, precisamos subir no final da competição. Estamos na 7ª rodada e não vamos subir agora. Evidente que uma gordura de pontos é muito importante. Mas temos consciência de que é um trabalho de médio prazo e também temos consciência de que temos coisas a corrigir. Precisamos estar com um espírito de briga, de competição, e isso o time vem apresentando cada vez mais. A união aqui dentro é muito grande”, afirmou Brazil em entrevista ao podcast do Globoesporte.com.
Brazil também abordou sobre seu papel no trabalho de transição que precisa ser feito, com o Clube prestes a ser negociado com o grupo americano 777 Partners. O gerente abriu o jogo sobre a relação diária que acontece com Johannes Spors e o Sebastian Arenz, respectivamente diretor de futebol e head scout do Genoa. Na entrevista, foi revelado qual o próximo passo que o Gigante dará em busca de reforços:
“Estamos mapeando jogadores. Existe um campograma com indicações para cada posição, sem entrar em mérito de negociações. São apenas indicações de jogadores que poderiam vir para o Vasco. Eles também indicam alguns jogadores. O Witor Bastos (coordenador geral do Centro de Inteligência) está indo para a América do Sul, para Argentina e Uruguai, ver jogadores que foram indicados por eles (777). Jogadores que vimos e também entendemos que são jogadores que podem ser vistos mais de perto”, explicou o gerente Cruz-Maltino.
O futuro com a 777 ainda está sendo construído e muita coisa pode mudar no Clube. Carlos Brazil faz uma abordagem ‘pés no chão’ sobre a parceria e manda um recado para o torcedor: “Muita gente acha que a 777 vai entrar em julho, e o Vasco terá um supertime. Não é assim. Há dificuldades no mercado. Existem clubes com dinheiro e muita dificuldade em contratar. Não tem jogador disponível. E quem está se tornou muito caro, muito além do que vale. A maior dificuldade é não ter dinheiro? É. Mas quando se tem precisa de planejamento, metodologia e filosofia. Não é o dinheiro que vai fazer que se tenha um time capacitado da noite para o dia, só com jogadores de qualidade. É preciso planejamento e organização para chegar ao objetivo final. É lógico que sabemos que, caso a 777 adquira o futebol, o clube terá um poder maior de investimento, o que é bom. Mas também não podemos criar a ilusão de que vamos criar um timaço da noite para o dia.”, concluiu.