A nova onda do futebol brasileiro é a possibilidade de migração dos clubes para administrações encabeçadas por uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o Tricolor da Boa Terra já surfa em tal realidade. Segundo o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, o Clube já conta com projeções bem avançadas para a criação de sua SAF, porém, é preciso que o torcedor tricolor chancele a guinada.

Bellintani foi direto ao ponto e expôs que abriu conversas com “dois grupos”, aos quais ele preferiu manter o sigilo sobre o nome dos interessados: “Nós conversamos com muita gente, muitos grupos. Tinha dito que dois grupos estavam próximos. Eu não vou falar nenhum nome, porque, se eu falar o nome de um, exponho uma negociação que não está no momento. Nós estamos, juntos com esse investidor, discutindo o melhor projeto possível para o Bahia. E o melhor projeto possível é um projeto que mude o Bahia de patamar”, declarou.
O debate sobre a SAF está na iminência de ser proposto no Conselho Deliberativo do Bahia e Bellintani fez questão de explicar, que para ingressar no modelo, os associados do Clube terão que abraçar a ideia:
“Desde que foi promulgada a lei, fomos buscar a concepção do que seria o melhor projeto para o Bahia. Nós avançamos muito e estamos muito próximos da construção desse projeto, porque o Bahia não está no mercado atrás de um cheque. Estamos atrás de um projeto. (…) Essa é a nossa construção do momento. O projeto está sendo muito bem discutido, num nível altíssimo. É uma coisa de envolvimento muito grande neste momento. Eu diria que estamos razoavelmente próximos de colocar essa discussão em debate, primeiro para a comissão do Conselho Deliberativo. Isso deve acontecer já de forma concreta, talvez, em 10, 15 dias. E, talvez, mais algumas semanas, e a gente possa levar isso ao conhecimento do Conselho Deliberativo e do sócio. O Bahia vai fazer SAF ou não? O torcedor vai decidir”, detalhou o dirigente.
O interesse de Bellinatni em se aprofundar no assunto, partiu de sua análise sobre o impacto das SAF’s no futebol brasileiro. Para o presidente, quem não conseguir se destacar com o modelo, poderá ficar de fora da Série A: “Ou seja, se a gente tiver 10 ou 12 clubes que, economicamente, já estão acima de nós, e mais cinco que virem SAF e virem também economicamente maiores que o Bahia, nós vamos ter um cenário de Série A do futebol brasileiro em que vai sobrar pouco espaço para clubes médios que não tenham se transformado em SAF. Então o Bahia tem que se transformar em SAF? Não. Não precisa. Mas precisa ter conhecimento desse cenário”.
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No final de sua entrevista coletiva, Bellintani pontuou o assunto com um dilema: “A gente quer um clube mais competitivo e que a gente interfira menos politicamente? Ou queremos um clube que, de fato, a gente comande politicamente, mas seja menos competitivo?”, finalizou.