O Náutico terminou a partida contra o Tombense,pela 14ª rodada daSérie B do Brasileirão, com igualdade no placar. Após sair na frente, o Timbu sofreu o empate e saiu do jogo no 1 a 1, resultado que contribuiu com a permanência da equipe na zona de rebaixamento. Entretanto, a disputa ficou marcada pela atuação da arbitragem, e o Alvirrubro promete tomar uma atitude.

Brenda Alcântara/JC. Diógenes Braga toma atitude após empate polêmico do Náutico
Brenda Alcântara/JC. Diógenes Braga toma atitude após empate polêmico do Náutico

Acontece que, durante o duelo, dois lances cruciais foram marcados contra o Náutico, ambos no segundo tempo, que influenciaram os rumos do resultado. Isso porque o gol de empate do Tombense, marcado no último lance da partida, surgiu de uma penalidadepolêmica, enquanto o Náutico vencia por 1 a 0, com um jogador a menos.

O atleta em questão é ninguém menos que Lucas Perri, expulso aos nove minutos do segundo tempo, após escorregar ao cobrar uma falta para o Timbu.No lance, o goleiro encostou duas vezes na bola para impedir uma chance clara de gol ocasionada pelo escorregão. Inicialmente, o árbitroLeonardo Willers Lorenzatto aplicou um cartão amarelo pela infração, contudo, foi chamado pelo VAR, liderado porLeone Carvalho Rocha, para rever o lance, e optou pela expulsão do arqueiro.

O detalhe, desconsiderado pela arbitragem de vídeo, é que o primeiro toque do defensor, provocado pelo escorregão, foi com o joelho e, de acordo com a Regra 13 do Futebol,a bola só entrará em jogo quando “for chutada e se mover claramente“, ou seja, quando o toque influenciar diretamente o percurso do lance. Segundo Renata Ruel, ex-árbitra e comentarista dos canais ESPN, o lance não deveria ser convertido em falta para oTombense.

No lance da expulsão do Lucas Perri, pelo Náutico, a bola entrará em jogo quando for chutada e se mover claramente, e dentro do futebolo chute só pode ser com o pé. Quando o jogador toca com o joelho na bola, o reinício do jogo não foi em conformidade com a regra“, explicou Renata.”Desta forma,o tiro livre deveria ser repetido e não marcada infração a favor na Tombensee ter sido aplicado o cartão vermelho. Isso, para mim, mostra desconhecimento da regra por parte da arbitragem em campo e do VAR“, completou.

Andrei Kampff, jornalista e advogado especialista em direito desportivo, analisa que a expulsão deLucas Perrié caracterizada comoerro de direito, o que viola asregras do esporte. “Erro de fato é quando o árbitro interpreta um lance de maneira equivocada. O impedimento é um exemplo comum. Erro de direito é aquele que vai contra as regras do jogo. Juiz conta e deixa doze jogadores atuando em um time, por exemplo. Só o erro de direito dá causa a anulação de uma partida“, esclareceu ao portal JC.

Diógenes Braga, presidente do Náutico, irá à CBF para protestar contra a arbitragem. Em nota divulgada nas redes socias do Alvirrubro, a Diretoria solicitará os áudios do VAR, referentes à expulsão de Perri, e também fará uma reclamação sobre o lance que originou o pênalti do Tombense. Para o Clube, a falta cometidana área de Pedro Victor em Lucas Santos, foi inexistente.

De acordo com o1º parágrafo do art. 259 doCódigo Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD),”a partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer, comprovadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado“. Entretanto, segundoAndrei Kampff, a anulação de uma partida é uma raridade e, portanto,é possível, mas pode não acontecer.

Tudo depende da resolução sobre a suposta interferência de Lucas Perri, que gera a discussão sobre a relevância do erro para o resultado final da partida.”A anulação de partida por Tribunal é algo raríssimo, já que o esporte tem como principio opro competitione, que é o princípio da estabilidade das competições“, pontuou.