Quando falamos de um ídolo fiel a um clube não há como esquecer Nilton Santos, craque entre os clubes, vestiu exclusivamente a camisa do Botafogo e, além do uniforme alvinegro time carioca, o atleta só usou a canarinha da Seleção Brasileira. Mas apesar de manter a monogâmica relação com o Glorioso, isso não limitou a grandeza dos feitos de craque, que ficou conhecido como “A Enciclopédia do Futebol”, mostrando não apenas o seu talento, mas o poder de um Botafogo que também tem astros como Didi, Amarildo, Carlos Alberto e Garrincha.

Nilton Santos, o homem que marcou a história do futebol e foi fiel ao Botafogo
Nilton Santos, o homem que marcou a história do futebol e foi fiel ao Botafogo

Não é à toa que o Botafogo tenha solicitado que o Engenhão passasse a se chamar Nilton Santos, o jogador nasceu dia 16 de maio de 1925, na Ilha do Governador, e chegou ao Botafogo em 1948, ano que dá início a história de devoção do craque com o clube carioca. No Alvinegro, Nilton atuou em 723 partidas e marcou 11 gols. Além disso, marcou três gols pela Seleção Brasileira em 86 jogos em que atuou.

Um detalhe que pode até espantar os torcedores mais jovens é que os 14 gols marcados por Nilton durante toda a sua carreira mudaram o conceito sobre a função de lateral. O alvinegro era lateral-esquerdo e na época a função era puramente defensiva, onde os jogadores marcavam as pontas. Com muita ousadia e habilidade, Nilton atuava também de forma ofensiva, se tornando um dos pioneiros na mudança do perfil dos jogadores da posição.

Foto: Reprodução | Site Botafogo | Nilton Santos jogou apenas pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira

De acordo com informações do “O Gol”, existe uma teoria também de que Nilton teria o desejo de ser um ponta, sendo essa a função que desempenhava nas peladas na Ilha do Governador, mas Carlito Rocha, presidente botafoguense na época, e Zezé Moreira, técnico, disseram para Nilton ser lateral. O jogador aceitou a posição no clube, todavia adicionou se modo particular de desempenhar a função.

Jogando pelo Botafogo, Nilton Santos foi campeão carioca quatro vezes, conquistando os títulos de 1948, 1957, 1961 e 1962, além de dois Torneios Rio-São Paulo nos anos de 1962 e 1964. Hoje o jogador ainda é apontado como um dos responsáveis por trazer Garrincha para o Glorioso. De acordo com informações do site oficial do Botafogo, após enfrentar Mané Garrincha num treino, o lateral exigiu que o clube contratasse o ponta-direita. Uma teoria aponta que o Anjo das Pernas Tortas chamou a atenção de Nilton após o lateral levar um drible entre as pernas, deixando o marcador furioso, mas com desejo de ver o ponta atuando ao seu favor e não contra.

Na Seleção Brasileira, Nilton também deixou sua marca, se tornando bicampeão mundial em 1958 e 1962, além de faturar as Copas de 1950 e 1954. Além disso, como relatado pelo Botafogo, o ídolo protagonizou cenas memoráveis e uma delas foi na base da malandragem. Segundo relato do Botafogo, no duelo entre Brasil e Espanha, na Copa de 1962, no Chile. O brasileiro teria derrubado um jogador da Espanha dentro da área, mas o craque teria disfarçado a situação o que acabou fazendo o arbitro de forma equivocada marcar falta ao invés de pênalti. Naquele momento o Brasil perdia por 1 x 0, em seguida os canarinhos viraram com gols de Amarildo.

De acordo com o site niltonsantos.com.br, em homenagem ao jogador, é evidenciado que em 1998 Nilton foi eleito um dos melhores do mundo na seleção do século elaborada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Antes disso figurou também entre os 11 melhores pela Federação Italiana de Futebol. Em 2009, O jogadorpôs os pésem uma forma de gesso e o molde foi a Mônaco, para integrar a Calçada dos Campeões, pelo fato de ter ganho o prêmio Golden Foot, que eterniza os maiores craques do mundo.

Nilton Santos se despediu da carreira de jogador em 1964, mas voltou ao futebol quando passou a fazer parte da cúpula do Botafogo, mas sua carreira como dirigente chegou ao fim quando agrediu o então árbitro Armando Marques fazendo com que este descesse escada abaixo no Maracanã. Nilton faleceu em 27 de novembro de 2013, vítima de insuficiência respiratória.