O ataque da Rússia à Ucrânia tem causado grandes consequências no mundo, e no futebol não tem sido diferente. Com o conflito armado existente em território ucraniano, por razões de segurança, estrangeiros têm deixado o país e, obviamente, as atividades pararam. E um dos afetados interessa, de forma direta, até mesmo o futebol brasileiro.

Alan Patrick é um dos 13 brasileiros que integram o atual elenco do Shakhtar Donetsk
© Lars Baron/Getty ImagesAlan Patrick é um dos 13 brasileiros que integram o atual elenco do Shakhtar Donetsk

Conhecido por ser um antro de jogadores do Brasil, o Shakhtar Donetsk pode ser bastante afetado em caso de uma pausa maior nas atividades. Com 13 atletas brasileiros no elenco, o atual líder do Campeonato Ucraniano pode até mesmo perder os atletas – possibilidade que, embora pequena no momento, não é desconsiderada.

Neste momento, os atletas que integram o plantel do Shakhtar, majoritariamente jovens que tiveram pouco tempo de carreira no futebol brasileiro, podem interessar, e muito, ao mercado nacional. Na sequência, uma descrição sobre cada um deles facilita a conhecê-los – caso algum dos nomes não seja familiar para quem lê.

Jogadores brasileiros no elenco atual do Shakhtar Donetsk:

Marlon (Zagueiro, 26 anos): contratado em julho do ano passado, chegou ao clube tendo a confiança do técnico italiano Roberto De Zerbi, que o comandou anteriormente no Sassuolo. É titular absoluto e um dos maiores destaques do time nesta temporada. Tem como pontos fortes o passe refinado e o bom tempo de bola. No Brasil, surgiu no Fluminense, em 2014, e foi negociado com o Barcelona dois anos depois;

Vitão (Zagueiro, 22 anos): surgido nas categorias de base do Palmeiras, quase não atuou pelo Verdão – fez apenas um jogo, contra a Ponte Preta, em 2019. Em Donetsk, tem brigado pela titularidade ao lado do compatriota Marlon, e recebeu oportunidades. Outro jogador de muito destaque com a bola, por conta da alta capacidade técnica;

Vinícius Tobias (Lateral-direito, 18 anos): recém-contratado pelo Shakhtar, o jovem foi formado pelo Internacional, onde atuou até o começo deste ano – embora tenha sido negociado em julho do ano passado. Em 2021, chegou a ser relacionado por Diego Aguirre para um jogo do Colorado, mas não entrou em campo.

Havia acabado de chegar ao Shakhtar, e participou de um amistoso contra o Astana, no dia 18 de fevereiro. Considerado um jogador de alto potencial, Vinícius Tobias foi observado por olheiros do Bayern e do Real Madrid, mas acabou fechando com a equipe ucraniana;

Dodô (Lateral-direito, 23 anos): formado no Coritiba, deixou o futebol brasileiro aos 19 anos de idade, onde chegou a jogar como titular no Coxa em três temporadas seguidas. Na Ucrânia, ganhou a posição na direita e tem se destacado, especialmente na Liga dos Campeões. É um dos nomes visados, inclusive, pelo Real Madrid para a próxima temporada. Em campo, Dodô se destaca pela grande capacidade ofensiva e pela facilidade para dar assistências aos companheiros;

Ismaily (Lateral-esquerdo, 32 anos): também se destaca pela capacidade ofensiva. No Shakhtar desde 2013, o camisa 31 se destacou em campanhas relevantes do time na Liga dos Campeões, como no time de 2017-18, que chegou às oitavas de final, e até mesmo foi convocado por Tite para a Seleção Brasileira em 2018;

Marcos Antônio (Volante, 21 anos): formado no Athletico-PR, nem chegou a jogar profissionalmente no Brasil. Foi vendido ao Estoril, de Portugal, em 2018, onde estreou na categoria principal. Antes, havia se destacado com a Seleção Brasileira sub-17. Chegou ao Shakhtar em 2019, e não demorou a ganhar sequência no time. Se destaca pelo passe e pela polivalência, podendo atuar mais recuado ou mais avançado;

Maycon (Volante, 24 anos): mais conhecido do público brasileiro, foi campeão nacional pelo Corinthians em 2017, sendo titular no time treinado por Fábio Carille. Seis meses depois, foi negociado com o Shakhtar, onde alterna situações de ser titular e começar no banco de reservas. É um segundo homem de meio-campo, que se destaca bem chegando ao ataque;

Alan Patrick (Meia, 30 anos): outro conhecido do público no Brasil, já vestiu as camisas de Santos, Internacional, Palmeiras e Flamengo. Contratado pelo Shakhtar em 2011, se firmou no time após ser emprestado ao futebol brasileiro em outras ocasiões. Desde 2016, está fixo no elenco do time ucraniano, e tem atuado mais perto do gol. Nesta temporada, tem três gols e cinco assistências em 20 jogos;

Tetê (Meia, 22 anos): formado no Grêmio, não chegou a atuar na categoria profissional até ir para o Shakhtar – foi preterido pelo técnico Renato Gaúcho na época. Há três anos no futebol ucraniano, ele tem sido bastante utilizado pelos técnicos que passaram pelo Shakhtar no período. Canhoto, que geralmente parte da ponta direita, é um jogador objetivo: nesta temporada, são 12 gols e duas assistências contando todos os jogos desde agosto;

Pedrinho (Meia, 23 anos): outro conhecido do futebol brasileiro, surgiu no Corinthians e rumou à Europa em 2020, sob o comando de Jorge Jesus no Benfica. Não se firmou em Portugal, mas ganhou uma segunda chance no Shakhtar, onde tem atuado melhor sob o comando do técnico Roberto De Zerbi. Cotado para integrar a Seleção Olímpica no ano passado, é um jogador valorizado no clube ucraniano;

David Neres (Atacante, 25 anos): chegou ao Shakhtar neste ano, após perder espaço no Ajax. Tem muita rodagem na Europa por conta dos cinco anos vestindo a camisa do Ajax. Na Holanda, chegou às semifinais da Liga dos Campeões e integrou a Seleção Brasileira em 2019, com o título da Copa América. Mais um jogador bastante valorizado no elenco;

Fernando (Atacante, 23 anos): formado no Palmeiras, quase não jogou pelo clube paulista; foram três jogos e um gol marcado. Na sequência, vestiu a camisa do Sporting, de Portugal, onde começou bem e acabou se lesionando. Em 2020, chegou ao Shakhtar, onde luta por uma vaga no comando de ataque do time, mas sem a titularidade garantida em muitas partidas.

Junior Moraes (Atacante, 34 anos): formado no Santos, chegou ao futebol ucraniano em 2011. Com uma década no país, tem, inclusive, cidadania ucraniana e chegou a defender a seleção do país – poderia, inclusive, ser chamado pelo Exército da Ucrânia para o conflito atual, o que acabou não ocorrendo. Dono da camisa 10 do Shakhtar, é um atacante importante para o time, especialmente nas últimas temporadas. Por problemas físicos, quase não entrou em campo em 2021-22.