O futebol brasileiro é rico em ícones que representam diversas nuances do esporte mais popular do mundo. Quanto se trata de superação, ninguém mais do que o ex-jogador Cafu pode assumir o papel de tal representatividade, antes de iniciar sua jornada na bola pelo São Paulo, o capitão do pentacampeonato do Brasil foi rejeitado em nada menos do que nove “peneiras”, método pelo qual são escolhidos potenciais jogadores em tradicionais testes nos clubes.
Além da resiliência e persistência, o ex-lateral-direito também se destacou pela carreira vencedora, considerado um dos craques da posição na história da bola verde e amarela, Cafu tem passagens pelo São Paulo, Real Zaragoza, Juventude, Palmeiras, Roma e Milan. O jogador é um titã e tamanho peso de sua trajetória chamou atenção para que fosse escolhido como Embaixador do Comitê Supremo para Entrega e Legado da Copa do Mundo do Catar, em 2022.
Cafu, foi ao Catar para acompanhar a Copa Árabe e a equipe do Bolavip Brasil seguiu as pegadas do capitão para uma entrevista exclusiva para abordar aspectos que marcam o próximo Mundial. Com a experiência de quem esteve em quatro Copas do Mundo, o ex-lateral não se esquivou das perguntas. Logo de início, o ex-lateral cravou quem deve ter protagonismo na Copa do Catar: “Tem grandes times que podem ganhar essa Copa, sem dúvida nenhuma o Brasil é um dos grandes favoritos. Portugal e Itália, que ainda vão decidir a vaga (repescagem), Inglaterra, Holanda e França. Espanha, Argentina e Bélgica, são seleções que podem fazer um grande mundial”.
A função ao qual foi designado, tem como responsabilidade, o monitoramento do que a Copa proverá ao Catar, quando terminar a competição. Questionado sobre como pode ser evitado o problema que veio à tona no Brasil, em 2014, quando o fim da Copa resultou em elefantes brancos como os estádios de Manaus e Brasília, o capitão cravou: “Fazendo ativação dos estádios, para que possam ter mais jogos, shows e que possam trazer mais gente e mais campeonatos aqui no Catar e promover bastante competições internacionais nesses grandes estádios”.
Cafu mantém um trabalho educacional por meio do esporte, no Jardim Irene, periferia de São Paulo, todavia, o Catar também desenvolve ações nesse sentido, a semelhança de objetivos fez o eterno craque comentar sobre a importância das iniciativas: “O esporte é uma das maiores ferramentas de inclusão social que existe no mundo, ele dá cultura, educação e conhecimento. O esporte faz com que a criança saia da rua, saia de dentro de casa. Por isso, a ligação entre Fundação Cafu, Qatar Foundation, Jardim Irene e Catar, vai muito além de um simples jogo de futebol. Isso é cultural, e essa cultura une os dois países”, detalhou.
Questões restritas à competitividade do Brasil na Copa também entraram na pauta e Cafu foi enfático ao afirmar sobre o fato da Seleção Brasileira ter enfrentado poucas seleções europeias nos três anos que antecederam a Copa: “Em hipótese nenhuma isso vai afetar. O fato de não ter enfrentado grandes seleções, não quer dizer que o Brasil vai ter dificuldade na Copa do Mundo. Todos os jogadores que são nossos titulares absolutos, jogam no futebol europeu e estão acostumados”. Na sequência, o trabalho de Tite foi analisado.
“O trabalho de Tite é 100%, os números dizem tudo, contra fatos, não há argumentos. Tite vem fazendo um trabalho sensacional, classificou a seleção com quatro jogos de antecedência. Coisa que há muito tempo não acontecia”, afirmou. Cafu também foi perguntado sobre se existem técnicos melhores ou iguais a Tite no Brasil: “O Brasil é um país rico de treinadores, mas no momento, o treinador é o Tite e ele vai ser respeitado por isso”, respondeu.
Ex-atleta do Palmeiras, onde atuou de 95 a 97, Cafu deu o seu pitaco sobre a possível final do Mundial interclubes, entre o Alviverde e o Chelsea, perguntado se o Palmeiras tem chances, a resposta foi objetiva: “Claro que sim, o Palmeiras tem plenas condições de ganhar do Chelsea no Mundial Interclubes, como outros grandes clubes brasileiros já demonstraram isso contra grandes clubes europeus”.
Com passagem marcante pelo São Paulo, o ex-lateral-direito foi provocado a dizer qual time era melhor, o Tricolor de 92 e 93, ao qual fazia parte do elenco, ou o Verdão de 96: “O São Paulo de 92 e 93, pois foi um time com mais sequência, esse time ganhou praticamente 8 títulos em quatro anos, no Palmeiras, ganhamos apenas um título em 96 e teve pouca sequência com os mesmos jogadores”. Como a comparação foi inevitável, surgiu a questão sobre qual dos times tem mais afeição: “Tenho afeição e um sentimento muito carinhoso, tanto pelo São Paulo, quanto pelo Palmeiras”.
Cafu tem uma carreira repleta de conquistas e é categórico ao afirmar que não sente falta de nenhum título durante sua trajetória: “Graças a Deus não sinto falta de nenhum título, minha carreira foi brilhante, tive oportunidade de ganhar todos os títulos possíveis que foram disputados e em todos os clubes que passei e pela seleção”.
Aliás, na seleção, foram dois títulos mundiais, em 94 e 2002, Cafu comenta sobre as duas conquistas: “Não existe diferença quando se fala de título, principalmente quando se fala de título de Mundial”. Para encerrar, o embaixador Cafu expõe quem foi o melhor jogador que já atuou junto: “Foi o Ronaldinho Gaúcho, e o melhor que eu já joguei contra foi o Ronaldinho Gaúcho também”, com risos, concluiu o capitão