Kaylane Vieira vive um dos momentos mais marcantes do início da carreira. Aos 17 anos, a meia-atacante foi peça importante na campanha do Flamengo que terminou com o bicampeonato da Copinha Feminina, conquistado no último sábado (20). Vestindo a camisa 11 do Rubro-Negro, a jovem assumiu protagonismo em uma competição que encerrou a temporada da base em alta. O título reforça não apenas o trabalho coletivo, mas também o crescimento individual da atleta. Dentro de campo, Kaylane demonstrou personalidade, técnica e maturidade acima da média para a idade.

Kaylane durante o treino da Seleção Feminina na Granja Comary. Foto: Lívia Villas Boas/CBF
Kaylane durante o treino da Seleção Feminina na Granja Comary. Foto: Lívia Villas Boas/CBF

No Flamengo, Kaylane carrega um número carregado de simbolismo. A camisa 11, eternizada por Cristiane no futebol profissional, é tratada com orgulho e responsabilidade pela meia. “A 11 é um número que eu sempre gostei. Claro que tem a Cristiane, que é uma referência pra muitos, pra muitas”, afirmou a jogadora. Para ela, vestir esse número representa mais do que tradição, é uma motivação diária. A jovem entende o peso histórico, mas encara o desafio como estímulo para evoluir dentro do clube.

Além das referências no futebol feminino, Kaylane também busca inspiração em grandes nomes do cenário mundial. “O Neymar também é um cara que eu gosto pra caraca. É muito bom poder vestir a 11”, completou. A fala reflete um perfil criativo, ousado e confiante, características que se traduzem em campo. Essa mistura de referências ajuda a moldar o estilo da atleta, que alia improviso, coragem e leitura de jogo. No Flamengo, essas virtudes têm sido fundamentais para seu destaque nas categorias de base.

Kaylane e Rilany Silva. Foto: Fabio Souza/CBF

A camisa 10 da Seleção Brasileira de base

Se no clube a 11 carrega história, na Seleção Brasileira de base o desafio é ainda maior. Kaylane veste a camisa 10, número tradicionalmente associado à criatividade e liderança. “A 10 é um peso, né? Mas é muito bom também. Eu gosto da responsa, não tem jeito”, contou. A jovem reconhece o simbolismo do número e entende que ele exige postura dentro e fora de campo. Para ela, assumir essa função é parte do processo de amadurecimento como atleta.

A oportunidade de vestir a camisa 10 da Seleção sub-17 veio a partir da confiança da comissão técnica. “A Rilany Silva me deu essa oportunidade e eu fico muito feliz por isso”, destacou Kaylane. A fala evidencia a relação de confiança construída no ambiente da Seleção. Mais do que talento, a comissão valoriza comportamento, entrega e compreensão do jogo. Kaylane aparece como uma jogadora capaz de assumir responsabilidades em momentos decisivos.

A conexão com a treinadora da Seleção sub-17 vai além do aspecto tático. Kaylane descreve Rilany Silva como figura central em sua formação. “É resenha demais. Essa mulher é incrível, eu gosto demais da Rilany”, disse, em tom descontraído. A treinadora tem sido apontada como referência por criar um ambiente equilibrado entre cobrança e leveza. Esse vínculo contribui diretamente para o desenvolvimento emocional e esportivo das atletas.

Ascensão no Flamengo e na Seleção Brasileira

Em ascensão simultânea no Flamengo e na Seleção, Kaylane vive uma fase de afirmação. “Ela me ensinou muita coisa, não só ela como toda a comissão. Sou muito grata por tudo”, completou. O bicampeonato da Copinha Feminina e a confiança nas seleções de base colocam a meia-atacante entre os principais nomes da nova geração rubro-negra. Com personalidade forte e gosto pela responsabilidade, Kaylane segue construindo um caminho promissor no futebol feminino brasileiro.