Luis Zubeldía chegou, vestiu o uniforme e não teve tempo para apresentações longas: na sexta-feira (26), comandou o primeiro treino e já se deparou com um Fluminense cheio de problemas e um clássico contra o Botafogo logo no domingo (28), no Maracanã.

Zubeldía assume o Fluminense sob pressão e com lista de tarefas urgentes. Foto: Rafael Vieira/AGIF
© Rafael Vieira/AGIFZubeldía assume o Fluminense sob pressão e com lista de tarefas urgentes. Foto: Rafael Vieira/AGIF

O argentino, conhecido por intensidade e organização tática, tem pela frente um pacote de missões delicadas que vão do conserto da defesa até a recuperação de peças importantes do elenco.

Quais as primeiras missões de Zubeldía no Fluminense?

A primeira missão é óbvia: estancar o vazamento defensivo. O Tricolor levou gols em 14 dos últimos 19 jogos e colecionou tropeços justamente em partidas que parecia ter sob controle. Foi assim contra Lanús, Corinthians e Bahia, além do empate amargo diante dos argentinos que custou a eliminação na Copa Sul-Americana. A consistência defensiva, perdida após o Mundial de Clubes, virou prioridade absoluta.

Luis Zubeldia tecnico do Sao Paulo durante partida contra o Botafogo no estadio Engenhao pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Do outro lado do campo, a situação não é mais confortável. A equipe marcou apenas quatro vezes nos últimos sete jogos e ficou em branco em quatro deles. Os cruzamentos para a área se tornaram quase a única arma ofensiva, previsível e pouco efetiva. Recuperar o poder de fogo do ataque é missão número dois.

Essa tarefa passa diretamente pelo rendimento dos centroavantes. Germán Cano e Everaldo vivem um jejum de oito partidas sem marcar. Enquanto Cano ainda conta com a paciência da torcida, Everaldo é vaiado a cada aparição. Escolher, reerguer e devolver confiança aos dois atacantes será um teste imediato para o novo comandante.

Mas a lista de jogadores em baixa vai além: Keno, Lima, John Kennedy e Gabriel Fuentes também não têm correspondido. Soteldo e Otávio viraram alvo direto das críticas, e até Ganso, lesionado, perdeu espaço. Ao mesmo tempo, Zubeldía encontra reforços pouco utilizados por Renato Gaúcho, como Lezcano, Santiago Moreno e Lavega, que enxergam no argentino uma oportunidade de virada.

Outro ponto sensível será a eterna pressão da arquibancada: usar ou não os Moleques de Xerém. Riquelme e Wallace Davi aparecem como opções, mas a passagem recente de Zubeldía pelo São Paulo mostrou um treinador pouco inclinado a arriscar com jovens. No Fluminense, essa cobrança sempre pesa — e ele terá de decidir se cede ou mantém seu estilo.

Em resumo, Zubeldía chega para apagar incêndios em vários setores ao mesmo tempo. Entre a defesa que não se firma, o ataque que não marca e a gestão de um elenco inchado, o argentino terá de acelerar diagnósticos e soluções. O primeiro teste já é de fogo: um clássico que pode dar o tom do que será sua era no Fluminense.