O Fluminense chega ao encerramento de 2025 vivendo um cenário incomum no comando de ataque, marcado por dúvidas que não se viam em Laranjeiras há muitos anos.

Fluminense encerra 2025 com ataque distante do nível visto na última década — Foto Thiago RibeiroAGIF
Fluminense encerra 2025 com ataque distante do nível visto na última década — Foto Thiago RibeiroAGIF

Diferentemente de outras temporadas recentes, quando a posição de centroavante era sinônimo de segurança, o time termina o ano sem uma resposta clara para o setor, o que amplia a pressão sobre o planejamento para 2026.

Ataque vira problemão para o Fluminense resolver em 2026

Ao longo da temporada, as opções utilizadas não conseguiram entregar regularidade. Everaldo, que recebeu mais oportunidades, atravessou um longo período sem influência direta no placar e passou a ser alvo constante de contestação nas arquibancadas.

John Kennedy até foi responsável pelo último gol entre os atacantes de referência, mas não convenceu como solução definitiva, sobretudo após uma atuação muito abaixo do esperado na eliminação da Copa do Brasil, episódio que pesou negativamente na avaliação interna e externa.

RJ – RIO DE JANEIRO – 14/12/2025 – COPA DO BRASIL 2025, FLUMINENSE X VASCO – jogadores do Fluminense lamentam durante partida contra o Vasco no estadio Maracana pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Alexandre Loureiro/AGIF

Cano, por sua vez, terminou como principal goleador da equipe, com números expressivos em relação aos companheiros, mas sua situação inspira cautela. As recorrentes questões físicas nas duas últimas temporadas levantam dúvidas sobre a capacidade de o argentino sustentar, em médio prazo, o nível que já o transformou em protagonista de conquistas recentes do clube.

Outro ponto que amplia a sensação de incerteza é a ausência de um jovem da base ocupando ou ao menos disputando espaço no elenco principal. Em anos anteriores, o Fluminense costumava encerrar as temporadas com algum nome em ascensão oriundo de Xerém, realidade que hoje não se repete e reduz as alternativas internas para o setor ofensivo.

Desde 2016, o clube sempre contou com ao menos um centroavante capaz de oferecer confiança, seja com Henrique Dourado assumindo o papel de artilheiro, com o surgimento de Pedro e Evanilson, com o retorno simbólico de Fred ou, mais recentemente, com Cano liderando campanhas históricas. Paralelamente, era comum ver jovens atacantes ganhando espaço e projetando o futuro, algo que agora parece distante.

Diante desse comparativo, a diretoria entende que o ataque se tornou uma das prioridades do próximo ciclo. A mudança no comando administrativo, com a posse de Mattheus Montenegro, mantém a linha de continuidade, mas traz a necessidade de respostas rápidas. O mercado já é observado com atenção e a possibilidade de buscar mais de um reforço para a posição é tratada como real, especialmente se houver saídas no elenco.

Assim, o Fluminense fecha 2025 com um contraste claro entre o passado recente de fartura no setor e o presente de indefinição. Resolver o problema do ataque deixou de ser apenas uma opção estratégica e passou a ser uma urgência para o clube.