O Flamengo começou a temporada de forma decepcionante e parecia que o ano estava perdido com o desempenho abaixo do esperado sob o comando de Paulo Sousa que deixou a equipe em junho após 32 partidas com o rubro-negro, sendo 19 vitórias, sete empates e seis derrotas, esbarrando em dois vice-campeonatos, no estadual e na Supercopa do Brasil. No Brasileirão o treinador português deixou a equipe na 14ª colocação.
As esperanças da torcida rubro-negra, se renovaram após a chegada de Dorival Júnior que tirou a equipe da beira da zona de rebaixamento para a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, além disso o treinador conduziu a equipe à semifinal da Copa do Brasil, na qual a equipe levou a melhor no jogo de ida superando o São Paulo por 3 a 1, no Morumbi e carregou a vantagem para a decisão dentro do Maracanã, no dia 14, quarta-feira.
Além de estar com a passagem praticamente garantida para a final da Libertadores, após golear o Vélez Sarsfield, por 4 a 0, na Argentina. O duelo decisivo acontece nesta quarta-feira (7) dentro do Maracanã e, apesar de o futebol ser uma ‘caixinha de surpresas’, os próprios torcedores argentinos sabe que a missão de reverter esse placar elástico dentro dos domínios rubro-negros é pouco provável de se realizar.
Mas se de um lado o trabalho de Dorival surpreende, principalmente porque o treinador tem um dos melhores aproveitamentos entre os técnicos que assumiram a equipe nos últimos anos incluindo Jorge Jesus, com 76% de aproveitamento segundo o ‘GOAL’, do outro uma insatisfação começa a surgir entre alguns torcedores e membros da imprensa. Isso porque o treinador vem sendo acusado de ter aberto mão do título do Campeonato Brasileiro.
Na última rodada do Brasileirão, o Mais Querido teve a oportunidade de diminuir a distância para o Palmeiras, que é atualmente líder isolado da competição com 51 pontos, e acabou empatando diante do RB Bragantino. Mas o Flamengo acabou desperdiçando a oportunidade de diminuir de sete para quatro pontos a diferença entre as equipes após empatar em 1 a 1 com o Ceará. Na ocasião, Dorival Jr escalou um time alternativo, poupando titulares para o duelo decisivo da Libertadores, mesmo com a larga vantagem conquistada na Argentina.
A decisão do treinador gerou o questionamento se o Flamengo havia decidido abrir mão de brigar pelo título do Brasileirão. Apesar disso, Dorival destacou que a equipe se mantém viva nas três competições que disputa. “Não foi a perda dos pontos. Perdemos uma rodada para se aproximar. Foge do contexto, temos de conviver. Não abrimos mão das três competições. Estamos nos mantendo vivos em todas elas. Atenção muito grande. Temos ótima vantagem para quarta-feira. Estamos focados nas três, não mudei o que vinha sendo feito no Brasileiro, na Libertadores e Copa do Brasil. Acontecem pequenos problemas, mas não podem nos tirar do rumo”, disse após o empate com o Ceará.
Mas será que ainda dá tempo para o Flamengo conquistar o título do Brasileiro? Para muitos comentaristas, apenas uma sequência desastrosa tiraria o titulo do Palmeiras, tendo em vista a distância que o clube alviverde criou dos concorrentes ao troféu do Brasileiro. Porém, para além da subjetividade das opiniões, as estatísticas também apontam para o amplo favoritismo da equipe de Abel Ferreira.
De acordo com um levantamento do Departamento de Matemática da UFMG, o Palmeiras tem 76% de chance sagrar-se campeão do Brasileirão. Por outro lado, o Flamengo, que atualmente soma 44 pontos, possui apenas 7,5%, e é seguido de perto pelo Internacional com 5,2%. Fluminense aparece com 3,7% e o Corinthians com 3,6%.
Faltando 13 jogos para o fim da competição, e 39 pontos a serem disputados, a possibilidade é pequena, porém ainda real. O desempenho do Flamengo nos últimos jogos prova que a equipe tem capacidade para fazer sua parte e torcer para o tropeço do rival alviverde. Nos 10 últimos jogos, foram 22 pontos conquistados, sendo seis vitórias e quatro empates, inclusive com um ponto a mais que o conquistado pelo Palmeiras, neste mesmo recorte. Fatores que podem facilitar a missão do rubro-negro é o fato de o clube ganhar uma folga das Copas que chegam a reta final.