Prestes a começar o Mundial de Vôlei masculino, o técnico da Seleção Brasileira,Renan Dal Zotto, esclareceu uma estratégia polêmica que adotou no time: o revezamento de líberos. Desde as últimas competições, o Brasil utilizaThales quando precisa dopasse, enquanto Maique entra na hora da defesa. No entanto, os resultados aquém do esperado geraram questionamentos sobre o uso do rodízio.

Renan Dal Zotto explicou estratégia sobre a alternância de líberos
© Créditos: Toru Hanai/Getty ImagesRenan Dal Zotto explicou estratégia sobre a alternância de líberos

“Nós temos dois líberos que são nível muito bom, nível internacional, top. Cada um tem uma característica bem marcante. O Thales no passe é um dos melhores do mundo. Isso são números, não sou eu que estou falando. É um cara seriamente respeitado lá fora. Nas últimas duas competições internacionais, na Copa do Mundo e na outra Liga das Nações, foi o melhor líbero do mundo. E o grupo tem uma confiança nele muito grande. Ele ocupa bastante área. Traz essa segurança. O Maique é um garoto que vem numa evolução fantástica. Defende como poucos no mundo. Está sempre esperto, sempre rápido. Difícil uma bola cair perto dele no contra-ataque”, explicou Renan, em entrevista ao GE.

De azul, Thales durante a última Liga das Nações.
Reprodução/Twitter oficial da CBV

Inclusive, o próprio Renan revela que houve um debate interno sobre o revezamento entre a comissão técnica, algo que não chegou a ser inventado pela Seleção.”A gente relutou muito. ‘Vamos pegar um só 1. Só que, cara, deixar o Maique de fora, não ter ele dentro da quadra, é um pecado. Ao mesmo tempo que se você joga só com o Maique, você perde a qualidade no passe do Thales. Então, a oportunidade que nós temos de ter os dois dentro da quadra é nesse sistema. É um passando, que é o que tem de melhor, e o outro, que é o que tem de melhor, na defesa. Não é o ideal. O ideal seria se a gente tivesse uma fusão dos dois nesse momento“, afirma o técnico, que poderá levar somente um líbero para os Jogos de Paris 2024.

Thales e Maique alegam desconforto com o rodízio

Escolhido para os Jogos de Tóquio do ano passado, Thales admite não gostar de precisar deixar o time quando a posse seria do Brasil. “É uma escolha da comissão técnica. Particularmente, eu não gosto muito. Mas o que a CT determinar, eu vou fazer. A gente fez isso em 2018, fez em 2019. A gente está acostumado. O que for melhor para o time, a gente vai fazer. Perde um pouco. Nem eu passo tão bem, nem ele defende tão bem.É difícil falar que é por causa disso ou não”, disse, em entrevista ao GE.

Maique contou que houve um estranhamento com a estratégia quando iniciou o rodízio. “No começo, foi meio complicado. Até porque ambos trabalham para dar seu melhor e ser titular. A gente está aqui para o que eles propõem para a gente. Independente da função que a gente estiver exercendo. A gente entra para dar nosso melhor e pensar no bem da equipe”, afirmou.