Paulo Ricardo publicou um texto de despedida para Luiz Schiavon, tecladista e co-fundador, junto com ele, da banda RPM, um dos maiores sucessos musicais dos anos 80 no Brasil. O cantor de 60 anos se despediu do músico pelo Instagram e deixou as mágoas de lado — os dois travaram uma disputa judicial pelo uso do nome da banda e deixaram de se falar.
“Conheci Luiz Antônio Schiavon Pereira no verão de 79, num ensaio de um grupo cover de Deep Purple em São Paulo, cujo baterista havia sido indicação minha, meu compadre Lair. Ocorre que no meio do ensaio eles se desentenderam, divididos entre compor ou não em Português. Perguntado, disse que me parecia normal cantar em Português no Brasil, e ali a banda acabou! O tecladista então me perguntou se eu faria uma letra para uma música dele e ali começou uma parceria que, algumas bandas depois, viria a se tornar o RPM”, iniciou Paulo Ricardo.
Ele prosseguiu: “Entre milhões de fotos escolhi esta de 1983, quando ainda éramos um duo nos moldes do Eurythmics, (ideia que persistiu durante um bom tempo), foto de @rui_mendes_photographer para o livro Revelações por Minuto de Marcelo Leite. Nesta época trabalhávamos diariamente no sobrado da casa dos pais de Schia, na Rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, no repertório que viria a ser nosso primeiro álbum, Revoluções por Minuto, sob os olhares de reprovação de sua mãe, que gostaria de vê-lo arquiteto e não gostava nada da má influência daquele moleque que dizia, ‘Dona Edméia, um dia a senhora ainda vai pendurar um disco de ouro na parede da sua sala!’ Foram muitos, graças a Deus! Ficam as canções, as lembranças maravilhosas e os meus sentimentos aos fãs, amigos e familiares”.
Luiz Schiavon, que também trabalhou como maestro e compositor, além de ter sido lider da banda do Domingão do Faustão nos anos 2000, morreu aos 64 anos na madrugada de hoje, vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia. Ele sofria de uma doença autoimune há alguns anos.