Muita gente está cansada de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. É um período na história que já foi explorado de quase todas as maneiras possíveis, de filmes dramáticos pesadíssimos como A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan, ambos do Steven Spielberg, e outros com tons mais amenos, como Jojo Rabbit ou A Vida éBela.

Cartaz do filme O Soldado que Não Existiu, agora na Netflix
© Reprodução/Warner BrosCartaz do filme O Soldado que Não Existiu, agora na Netflix

Apesar da importância histórica do momento, é natural que muita gente esteja saturada de tanto filme sobre a mesma época. Ainda assim, aNetflix está lançando nesta semana mais um filme sobre esse período, mas que surpreendentemente faz um retrato pouco conhecido da Segunda Guerra. “O Soldado que NãoExistiu” é baseado em um momento real na disputa dos Aliados para vencer oEixo o Mal formado pela Alemanha, Itália e Japão, mas que parece saído de um filme de espionagem devido à história que parece bastante absurda, mas que aconteceu mesmo.

Colin Firth em cena do filme – Foto: Warner Bros – Netflix

“O Soldado que NãoExistiu” tem ótimos momentos, principalmente porque nos faz acreditar na tensão envolvida para concretizar esse plano absurdo, praticamente uma fake news jurássica plantada para convencer o Alto Comando alemão de uma coisa que não iria acontecer nunca. A produção éinteressante mais pela qualidade dos atores envolvidos do que pela sua técnica. Muitos atores conhecidos aparecem no filme, em especial Colin Firth, vencedor do Oscar e que dispensa apresentações. O restante do elenco pega muita gente famosa do Reino Unido e coloca em pequenos papéis, o que gera reconhecimento do público. Veja a crítica completa no vídeo acima.

Qual é a história do filme?

O filme se passa em 1943, quando os países que lutavam contra o Eixo tentavam avançar para finalmente acabar com a guerra, e para isso precisavam usar todos os artifícios disponíveis. Somos então apresentados a dois oficiais de inteligência britânicos: Ewen Montagu e Charles Cholmondeley, interpretados por Colin Firth e Mathew McFadyen, que tiveram uma ideia bem, digamos, diferente para tentar convencer os inimigos de que eles planejavam invadir a Grécia, e não a Sicília, como era o plano original.

Eles resolvem”plantar” um cadáver em terras inimigas, vestido com roupas militares, portando informações falsas sobre a suposta invasão da Grécia. O plano era fazer com que esses papéis caíssem nas mãos dos oficiais alemães, que passariam a acreditar que os Aliados não entrariam pela Itália, enquanto, na verdade, eles estavam indo mesmo para lá.

Ewen e Charles montam uma equipe de porão com outros militares para encontrar o cadáver perfeito e montar uma história que fosse convincente para ele. O morto ganharia uma biografia nova, com detalhes de sua vida pessoal e de sua suposta ascensão nos meios militares do Reino Unido, e seria a “isca” em uma praia da Espanha, então aliada da Alemanha, para jogar o exército de Hitler em uma armadilha. Tudo com a autorização de Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra e hoje considerado um dos heróis da Segunda Guerra.