No reality show “A Fazenda 15“, transmitido pela RecordTV, Cariúcha abriu o coração e compartilhou suas dolorosas experiências de racismo vividas durante sua infância e adolescência. A conhecida “Garota da Laje” revelou ter enfrentado insultos raciais que a marcaram profundamente.
Cariúcha recordou que, na época, era constantemente chamada de “macaca” por outras crianças, o que a levava a responder com confronto físico. A participante explicou que sua mãe a encorajava a se defender: “Minha mãe falava: ‘Olha, se alguém te chamar de macaca, você vai lá e senta o pau!’. Eu batia em todo mundo, ia para a secretaria de castigo, minha mãe era chamada. A diretora falava: ‘Sua filha bateu nas crianças aqui da escola’. A minha mãe: ‘Qual o motivo? Por que minha filha bateu?’. E eu: ‘Me chamaram de macaca’. A minha mãe: ‘Ah, então você quer o quê? Não pode bater, mas eles também não podem chamar a minha filha de macaca’.”
A participante destacou que, naquela época, o racismo era uma realidade aceita e que não havia leis antirracismo para proteger as vítimas. As ofensas eram consideradas normais pelas crianças, e a conscientização sobre o tema era escassa. Cariúcha ressaltou: “Antigamente xingavam muito, porque não tinha lei antirracismo. Não falavam sobre racismo. Então as crianças achavam normal chamar a gente desses nomes. Hoje é crime, hoje os pais passam para os filhos que não pode chamar criança disso. Mas na minha época…”.
Além das ofensas verbais, Cariúcha compartilhou a experiência de tentar alisar o cabelo com pente quente, como uma forma de se proteger das zombarias raciais. Ela explicou que, devido ao seu cabelo crespo, sua mãe recorria a esse método doloroso para tentar garantir que a filha não fosse chamada de “nega do cabelo duro”. Ela descreveu o processo como uma “tortura” que causava queimaduras.