Do alto de seus 89 anos de idade e mais de 50 novelas no currículo, Ary Fontoura elege o trabalho em ‘A Favorita’ — novela que está sendo exibida no “Vale a Pena Ver de Novo” atualmente –como um dos mais marcantes, que representou um novo passo em sua trajetória profissional.

Ary Fontoura comenta sobre sua participação em A Favorita
© Reprodução / GloboAry Fontoura comenta sobre sua participação em A Favorita

“Atuar em ‘A Favorita’ foi um passo a mais na minha carreira, altamente gratificante. Eu nunca havia feito um personagem como o Silveirinha, um personagem mais dramático, um sujeito mau-caráter. Eu pude realizar um trabalho que para a minha carreira foi ótimo, e o público se divertiu demais”, disse o ator em entrevista enviada pela Globo para a imprensa nesta segunda-feira (13).

Ary comentoutambém que foi estimulante participar da trama de João Emanuel Carneiro por outras razões: em sua opinião, a trama inovou ao subverter os padrões do folhetim revelando a vilã e mocinha da trama após muitos capítulos e Silveirinha estava no centro entre as duas personagens, Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia). “A novela reúne um elenco fantástico, muito bem representado em seus papeis, com uma direção precisa, um texto de uma inovação extraordinária. Foi altamente gratificante participar”, conclui.

Trama inovadora

Sobre a reprise de “A Favorita” nas tardes da Globo, Ary comemorou: “Achei a escolha de ‘A Favorita’ maravilhosa, é uma novela fantástica. Faz tanto tempo que ela foi apresentada e é uma novela muito bem escrita, atualíssima, tanto que está agradando muito novamente”, frisou, lembrando em seguida dos bastidores da trama: “Foi um trabalho árduo, que me marcou profundamente. O que mais me marcou foi a tenacidade do elenco; um elenco coeso, querendo fazer o melhor para que o trabalho resultasse da melhor maneira possível, isso eu achei fantástico. Gravávamos muito e fizemos o trabalho sempre com muito amor”.

O veterano também explicou como vê seu personagem: “Silveirinha começa a novela apenas como uma espécie de secretário da Donatela, que participava da dupla sertaneja que ele havia criado. Silveirinha é misterioso, um sujeito que tem uma recordação profunda do tempo em que era empresário das duas, do sucesso que elas faziam, todos os planos e os sonhos da vida dele foram repousados na atuação das duas, naquela dupla que ele cuidava com tanto carinho e que, de repente, se desfez. Ele ficou amargurado, ficou meio isolado, ficou perdido. E aí começou a mostrar uma outra face, a face do homem rancoroso, que não se conforma com o anonimato. Um personagem maravilhoso”.

Ary foi questionado sobre as parcerias que formou com o elenco de “A Favorita”, e com bom humor, afirmou manter contato com eles. “Claudia Raia, Patrícia Pillar, Mariana Ximenes, todo o elenco, foi maravilhoso estar com eles. Até hoje temos uma amizade que parece de antes. Nos gostamos muito. Somente recordações boas, de um trabalho formidável”.

Lembranças de trabalhos passados

O ator também respondeu sobre qual cena da novela ficou mais marcada em sua mente. “A cena final que eu fiz. Silveirinha numa praça vendo duas meninas cantarem e lembrando sempre de que ele havia realmente formado a dupla Faísca e Espoleta. Ele olha para as duas meninas e pergunta ao pai delas que estava também ali se ele não gostaria que as filhas se lançassem profissionalmente… Gostei muito dessa cena. Foi o final do personagem, mas uma cena bastante intensa e uma cena que trazia à tona todo o passado dele, toda a história do personagem”.

Por fim, Ary garantiu que se permiteassistir a seus trabalhos antigos: “Eu gosto muito de assistir aos trabalhos que já fiz. Existem alguns que eu nunca tive a oportunidade de assistir, como, por exemplo, ‘Amor com Amor se Paga’. Era uma novela das 18h e eu não tinha conseguido ver nenhum capítulo, e agora está no Viva e dei uma olhadinha”, comentou.

“Vi que o assunto da novela ainda está bastante atual, que as pessoas gostam. E, é claro, eu faço uma autocrítica muito acentuada a respeito do trabalho, mas deve ser levada em consideração a época em que foi feito e os tempos de agora. As coisas mudam, e a gente vai mudando com o tempo, sempre leva uma vantagem”, concluiu.