Importante na reconstrução do Cruzeiro, Pezzolano é demitido
O atual protagonismo do Cruzeiro na briga pelo título do Brasileirão Betano 2025 tem raízes profundas em um processo de reestruturação iniciado anos atrás. Entre 2020 e 2022, o clube enfrentou um período delicado, marcado por três temporadas na Série B.

As duas primeiras foram decepcionantes, sem resultados expressivos, até que uma virada começou com a chegada de Ronaldo, que assumiu o controle da SAF cruzeirense. Foi nesse contexto que surgiu a aposta em Paulo Pezzolano, um treinador uruguaio pouco conhecido no cenário brasileiro à época. A escolha, porém, se mostrou certeira: logo em sua primeira temporada, Pezzolano liderou o Zeiro à melhor campanha da história da Série B, coroada com o título da competição.
Apesar do sucesso inicial, o trabalho do técnico não teve continuidade no clube. Ele acabou deixando o comando após dificuldades em manter a equipe em alta. Ainda assim, permanece como uma figura respeitada pela torcida celeste, o que faz com que seus passos no futebol internacional ainda sejam acompanhados com atenção.
Após uma passagem pelo Real Valladolid, da Espanha, Pezzolano foi contratado pelo Watford, que disputa a Championship, segunda divisão inglesa. No entanto, sua trajetória no clube inglês foi breve — a demissão veio nesta quarta-feira (8), após apenas dez partidas no cargo.
Técnico se envolve em grande polêmica
Segundo o jornal The Guardian, a saída de Pezzolano do comando técnico do Watford teria sido motivada por tensões internas envolvendo decisões sobre a escalação de jogadores ligados ao agente Arnaud Mogi Bayat — apesar de essa versão ser negada por fontes oficiais do clube inglês, que disputa a Championship.
O treinador e sua equipe técnica foram dispensados na última quarta-feira, após apenas cinco meses à frente da equipe e dez partidas disputadas. A demissão surpreendeu o grupo de trabalho, especialmente após duas vitórias consecutivas em casa, no estádio Vicarage Road, que indicavam uma possível recuperação após um começo instável na temporada.
Segundo informações de bastidores, o treinador teria resistido a pressões para dar mais espaço a atletas com vínculos com a agência de Mogi Bayat. Entre eles estariam nomes como o experiente meio-campista francês Moussa Sissoko — assessorado por Bayat — além do atacante dinamarquês Luca Kjerrumgaard e do belga Pierre Dwomoh, ambos contratados durante a última janela de transferências em negociações com intermediação do mesmo empresário.
Mais sobre a polêmica envolvendo o ex-treinador do Cruzeiro
Embora não tenha recebido ordens explícitas para escalar determinados jogadores, Paulo Pezzolano teria enfrentado constantes questionamentos internos sobre suas escolhas. De acordo com fontes próximas ao treinador uruguaio ouvidas pelo The Guardian, ele e sua comissão técnica eram frequentemente abordados por membros da alta direção do clube — incluindo o diretor esportivo Gianluca Nani e seu adjunto, Valon Behrami — sobre a ausência de alguns atletas nas partidas, o que gerou desconforto nos bastidores.