Nova frente de apuração surpreende bastidores do clube
O Ministério Público de São Paulo decidiu aprofundar a investigação sobre irregularidades cometidas na gestão de Duílio Monteiro Alves no Corinthians. O foco inicial era o uso dos cartões corporativos, mas agora os promotores apuram indícios de crimes como estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa entre os anos de 2021 e 2023.

Documentos obtidos pelo MP revelam gastos suspeitos no relatório de despesas da presidência, datado de outubro de 2023. Um dos pontos mais graves aponta para o uso do nome de uma empresa sem atividade no local registrado, o que levanta suspeitas de desvio de recursos públicos do clube.
Empresa fantasma e notas fiscais chamam atenção do promotor
Segundo os promotores, o clube teria mantido relação com o suposto “Oliveira Minimercado”, que emitiu sete notas fiscais no valor total de R$ 32.580 em apenas duas semanas. O promotor Cassio Roberto Conserino foi até o endereço cadastrado e confirmou: o local está vazio e sem qualquer operação comercial ativa.
Além disso, outras despesas do mesmo relatório também estão sob análise por levantarem a hipótese de uso indevido de dinheiro para fins pessoais. Um dos nomes envolvidos diretamente é Denilson Grillo, ex-motorista de Duílio, que assinou os documentos e agora passou a ser formalmente investigado.
Diante das evidências, o MP recomendou que o clube implemente com urgência um sistema autônomo de integridade, controle e governança. A exigência foi feita com base na entrevista do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, na qual ele admitiu falhas no uso do cartão corporativo nas gestões anteriores.
Nos próximos dias, estão previstos os depoimentos de diversas figuras da diretoria atual e passada, incluindo Osmar Stabile (presidente interino), Armando Mendonça (vice) e Roberto Gavioli (ex-gerente financeiro). Todos prestarão esclarecimentos na condição de testemunhas, por enquanto.
Ex-presidentes se defendem e falam em tentativa de desestabilização
Por meio de nota, Andrés Sanchez declarou que não teme a investigação, afirmou ter reembolsado despesas pessoais e classificou as denúncias como uma manobra para tumultuar a Assembleia que pode ratificar o impeachment de Augusto Melo.
Já Duílio Monteiro Alves disse apoiar a apuração e garantiu ter solicitado ele próprio o acesso aos documentos, tanto via Conselho quanto por ação policial. Reforçou compromisso com a transparência e espera que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos.