Marcelinho Carioca e Freddy Rincón foram companheiros de Corinthians com trajetórias vitoriosas. A dupla, conquistou quatro títulos com o manto sagrado do Alvinegro e colecionaram rusgas e polêmicas. A morte de Rincón, mexeu com o ex-camisa 7do Timão, que concedeu uma emocionada entrevista ao UOL Esporte. “Nós perdemos um pedaço. Na verdade, todo corintiano perdeu um pedaço do coração, porque ele é o capitão do nosso primeiro título mundial. Um gigante, um monstro, o craque da seleção da Colômbia em três Copas do Mundo, de 90, 94 e 98, o cracaço do meio de campo do Corinthians naquele quarteto mágico. Era Freddy, Vampeta, Ricardinho e Pé de Anjo, cara”, declarou Marcelinho.

Foto Marcelinho: Mauro Horita/AGIF – Foto Rincón: Agência Corinthians
Foto Marcelinho: Mauro Horita/AGIF – Foto Rincón: Agência Corinthians

Na jornada de Rincón no Parque São Jorg, foram 158 jogos, divididos em duas passagens (de 1997 a 2000 e já veterano, em 2004). O colombiano balançou as redes 11 vezes e se destacou como um atuante capitão. O temperamento forte e a personalidade marcante, resultou em inúmeras embates com as estrelas do Timão daquela época. Rincón, inclusive, em uma oportunidade afirmou: “em jogador como Marcelinho, às vezes você tem que bater, né?”.

O Pé de Anjo não se esquivou e também abordou o tema polêmico: “Existe uma frase que resume tudo: um reino dividido não subsiste. Então se fosse uma coisa maléfica não teríamos sido campeões. Nós jogamos juntos mais de três, quatro anos, e ganhamos tudo. Eram discussões árduas e assíduas ali nas quatro linhas, mas tudo em prol do coletivo, nunca chegamos às vias de fato de maneira nenhuma. Então, quando eu fazia os gols eu pulava em cima dele. Nossa relação era um olhar para o outro e falar assim: ‘pô, você está me dando dor de cabeça, mas eu gosto de você’”.

Na entrevista, Marcelinho fez um comparativo entre os perfis que dividiam o vestiário Alvinegro, para o jogador, Rincón era “um profissional justo de caráter, um cara que tinha a palavra dura, forte, e colocava ordem na casa”. Já ele, assim como o ex-atacante Edilson, eram os “meninos levados”. O ídolo da Fiel explica expôs os conflitos que as diferenças geravam e ressaltou seu respeito ao jogador colombiano:

“Em qualquer sistema de trabalho tem as adversidades, mas acima delas está a vida, o respeito, o amor e a fraternidade. Eu e o Edilson pentelhávamos ele e ele ficava muito bravo, então eu sempre levei na gozação, eu nunca deixei isso atingir o meu coração e a minha cabeça. Eu não seria leviano e falso agora de postar no meu Instagram, de falar dele, se não gostasse dele. Eu ficaria calado e não daria entrevista para ninguém. Eu estou falando porque sempre vou respeitá-lo. É É um cara que vai estar sempre nos nossos corações, no meu e todo o amante do futebol. Não só da Fiel, mas do amante do futebol”, concluiu Marcelinho.