A armadilha do elenco profundo
O Botafogo chega ao confronto decisivo contra o Atlético de Madrid com moral elevada, após duas vitórias no Grupo B do Mundial de Clubes. No entanto, para garantir a vaga na semifinal sem sustos, o Glorioso precisa abrir os olhos para surpresas inesperadas no elenco adversário.

Mesmo com estrelas como Griezmann e Oblak no elenco, o Atleti também conta com peças extremamente perigosas no esquema tático de Diego Simeone. É nesse terreno menos óbvio que mora a maior ameaça ao time de Renato Paiva.
Os espanhóis tem algumas cartas guardadas na manga para desequilibrar o ataque alvinegro. A equipe ocupa o 3º lugar do grupo com três pontos, enquanto o alvinegro lidera com seis.
A velocidade de Lino e a versatilidade de Llorente
Um dos nomes que merece atenção redobrada é o do brasileiro Samuel Lino. O meia-atacante é explosivo, atua preferencialmente pelo lado esquerdo e pode explorar as costas de Damián Suárez, lateral do Botafogo. Com dribles rápidos e arrancadas fulminantes, Lino é a principal válvula de escape nos contra-ataques do time espanhol.
Outro ponto de alerta é Marcos Llorente. O camisa 14 é uma peça coringa no Atlético: joga como volante, meia ou até ala. Sua chegada forte na área e o faro de surgir como elemento surpresa tornam Llorente um risco especialmente alto diante de um Botafogo que tende a jogar com linhas mais avançadas.
Inteligência de Riquelme e liderança de Witsel
Rodrigo Riquelme também aparece como um potencial problema. O meia ofensivo é criativo, ágil e tem faro de espaços entre as linhas, exatamente a zona onde Marlon Freitas e Gregore costumam atuar. Se tiver liberdade para pensar o jogo, pode criar chances perigosas ou finalizar de média distância.
Já Axel Witsel, mesmo veterano, tem papel fundamental na organização defensiva do Atlético. Jogando como zagueiro ou volante, o belga tem visão privilegiada e pode quebrar a primeira linha de marcação alvinegra com passes verticais. Caso o Botafogo pressione alto, ele pode ser o elo entre defesa e ataque que desmonta o sistema de pressão.
Giuliano e Molina são cartas na manga
No banco de reservas, Simeone guarda opções que podem bagunçar qualquer marcação. Giuliano Simeone, filho do técnico, é atacante de movimentação intensa e faro de gol. Costuma entrar bem no segundo tempo, pressionando defesas cansadas e aproveitando rebotes e cruzamentos.
Nahuel Molina, lateral-direito ofensivo do Atlético de Madrid, é ameaça constante pela linha de fundo e promete um duelo pegado e técnico com Artur. Se Renato Paiva mantiver o camisa 7 do Fogão como titular na ponta esquerda, o jogador vai usar sua aceleração, dribles rápidos e força no 1×1 para segurar o adversário no confronto decisivo do dia 23.
O cenário do grupo e o desafio alvinegro
Após ser goleado pelo PSG na estreia (4 a 0), o Atlético de Madrid se recuperou com vitória sobre o Seattle Sounders (3 a 1), mas ainda está em desvantagem no saldo de gols. Para avançar, os espanhóis precisam vencer por pelo menos três gols e torcer por uma vitória dos franceses sobre os norte-americanos.
O duelo contra o Glorioso será nesta segunda-feira (23), às 22h (de Brasília), no Rose Bowl, em Los Angeles. Mesmo com cenário desfavorável, o Atlético ainda acredita na classificação e as “armadilhas” do seu elenco podem ser a chave para uma virada improvável.