Um campeão que quis o jogo desde o primeiro minuto
O Flamengo entrou em campo para a final da Copa Libertadores da América com uma ideia clara: vencer. Desde o apito inicial, a equipe comandada por Filipe Luís mostrou que não aceitaria ficar apenas protegendo seu campo, mesmo diante de um adversário acostumado a grandes decisões.

Com posse consciente e ocupação ofensiva, o time rubro-negro buscou acelerar o jogo sempre que possível. Mesmo em uma partida truncada, marcada por disputas físicas e poucas chances claras, foi o Flamengo quem tentou jogar.
A postura agressiva contrastou com a atitude mais defensiva do adversário, que optou por se fechar e esperar erros. Em finais, ousar é raro. O Flamengo ousou.
Convicções mantidas e plano bem executado
Filipe Luís não abriu mão de suas convicções nem mesmo no momento mais tenso da temporada. O Flamengo buscou velocidade pelos lados, aproximação entre setores e criatividade pelo meio, especialmente com Arrascaeta e Carrascal articulando as ações ofensivas.
Pelo lado esquerdo, Samuel Lino foi respeitado pela marcação e tentou algumas infiltrações importantes. Já Bruno Henrique, em velocidade, buscou atacar o espaço entre Gustavo Gómez e Murilo, tentando explorar qualquer desorganização defensiva.
Mesmo com poucos espaços, o Flamengo insistiu em jogar no campo adversário. O Palmeiras, por sua vez, raramente conseguiu sair da pressão. Rossi foi pouco exigido ao longo da decisão.
Palmeiras recua e aceita o roteiro
A estratégia palmeirense foi clara: linhas baixas, poucos riscos e espera por um erro do Flamengo. No entanto, ao abdicar de atacar, o time de Abel Ferreira acabou passando a maior parte do jogo no campo defensivo, sem conseguir impor seu ritmo.
A postura excessivamente cautelosa deixou o Flamengo confortável para circular a bola e ganhar território aos poucos. Ainda que o jogo fosse equilibrado, o volume ofensivo rubro-negro era superior.
A final se desenhava para ser decidida nos detalhes. E quem mais buscou esses detalhes acabou recompensado. Na Libertadores, jogar apenas para não perder costuma cobrar um preço alto.
Bola parada decide quem teve coragem
No segundo tempo, o futebol premiou quem tentou mais. Em uma jogada de bola parada, o Flamengo encontrou o caminho do gol que mudaria a história da final em Lima.
Após cobrança de escanteio, Danilo apareceu livre dentro da área, subiu sozinho no sistema defensivo do Palmeiras e cabeceou firme para o fundo das redes. O gol refletiu o que o jogo mostrava: iniciativa, presença ofensiva e leitura correta dos momentos.
O 1 a 0 deu tranquilidade ao Flamengo e confirmou a sensação de que o time havia assumido o controle emocional da final. A partir dali, o roteiro estava escrito.
Um título construído com personalidade
Com a vantagem no placar, o Flamengo soube administrar o jogo sem abandonar sua identidade. A equipe seguiu compacta, organizada e segura, neutralizando qualquer tentativa de reação palmeirense.
O apito final coroou uma atuação madura, consciente e, acima de tudo, corajosa. O Flamengo não venceu apenas pelo gol, mas pela postura adotada ao longo dos 90 minutos.
Ao buscar o ataque quando muitos se fechariam, o rubro-negro construiu um título justo. Um título de quem quis ganhar. A Libertadores costuma sorrir para quem não se esconde.