Grêmio x Botafogo tem maestria de camisa 88 com qualidade técnica absurda
Os primeiros minutos na Arena foram de estudo. O Botafogo iniciou com a posse de bola, buscando espaços na defesa tricolor, mas logo o Grêmio equilibrou o jogo. Aos quatro minutos, Edenílson arriscou de fora da área e, no escanteio gerado, Willian cobrou com precisão, encontrando Kannemann. O zagueiro finalizou mal, e Léo Linck fez a defesa, mas o lance marcou a primeira intervenção decisiva do meia.

Recém-chegado ao clube, Willian assumiu a responsabilidade de organizar o setor ofensivo gremista. Posicionado como meio-campista pela esquerda, com liberdade para cortar para o meio, foi quem mais buscou ditar o ritmo do time. O entrosamento com Marlon abriu o corredor esquerdo e deu fluidez às jogadas, enquanto Dodi ofereceu a cobertura defensiva necessária para que ele pudesse criar.
Mais do que cumprir uma função tática, Willian interpretou o jogo com inteligência. Atuando como um falso ponta, soube explorar os espaços, atraindo a marcação e liberando o lateral para avançar. Nas triangulações curtas, mostrou visão de jogo e capacidade técnica para acelerar o ritmo das jogadas.
Jogou muito
Mesmo aos 37 anos, impressionou pela intensidade. Percorreu diferentes zonas do campo, participando tanto da construção baixa quanto das aproximações na intermediária ofensiva. A mobilidade foi um diferencial para o Grêmio ganhar volume de ataque, ainda que nem sempre as jogadas tenham se convertido em finalizações perigosas.
Willian foi o termômetro do time. Sempre pedindo a bola, fez o jogo gremista girar e se apresentou como opção constante para os companheiros. Sua presença transformou o ataque, tornando-o menos previsível e mais criativo, sobretudo pelo lado esquerdo.
Reforço importante
No contexto de uma partida equilibrada, em que o Botafogo iniciou melhor, foi o camisa tricolor quem deu a resposta. Se o Grêmio conseguiu sair do sufoco inicial e construir oportunidades, muito passou pela liderança técnica e pela leitura de espaços de Willian.
A sensação é de que o Grêmio ganhou mais do que um reforço: encontrou em Willian o maestro que faltava para dar ordem e harmonia às ideias ofensivas. Mesmo que os gols não tenham saído nos primeiros minutos, ficou claro que o meia é hoje a peça que dita o ritmo e centraliza a criatividade da equipe de Mano Menezes.