O Flamengo goleou o Sport por 3 a 0, no último sábado (1), pela 31ª rodada do Brasileirão Betano, mas saiu de campo com um desfalque importante para a próxima rodada. O volante Evertton Araújo foi expulso aos 40 minutos do segundo tempo, após revisão do VAR.

Aos 22 anos, o meio-campista havia acabado de entrar em campo, substituindo Saul, e permaneceu pouco mais de 20 minutos na partida. O lance ocorreu em uma disputa com o zagueiro Ramon, quando Evertton acertou o adversário com a perna estendida.
Inicialmente, o árbitro Fernando Antônio Mendes de Salles aplicou cartão amarelo, mas foi chamado pelo VAR, Rafael Traci, para revisar o lance por possível cartão vermelho. Neste domingo (2), a CBF divulgou o áudio oficial da checagem, revelando o diálogo entre a cabine de vídeo e o árbitro de campo.
O que disse o VAR
Árbitro: “Aqui, amarelo, temerário. Para mim, a perna não está em riste.”
VAR: “Ele chuta a bola, e a perna vem no joelho. Ele fica com a perna em riste ainda, continua esticada. Para mim, tem intensidade.”
AVAR: “Ele podia ter evitado o contato no final, mas mantém a perna e vira.”
VAR: “Só dobra a perna quando tem o contato. Recomendo revisão para possível cartão vermelho. Depois do chute, ele continua com a perna esticada e acerta o joelho com as travas.”
Árbitro: “Eu quero ver a intensidade.”
VAR: “A perna continua em riste e, com as travas, acerta o jogador.”
Árbitro: “Trava da chuteira, a perna está em riste, contato acima do joelho. Beleza, vou tirar o cartão amarelo e voltar com o vermelho. Perna em riste, intensidade média, mas tem o ponto de contato e a trava da chuteira.”
Após revisar o lance no monitor, o árbitro anulou o cartão amarelo e aplicou o vermelho diretamente. Apesar de a expulsão ter sido considerada tecnicamente justificável para PC de Oliveira, por exemplo na TV Globo, o lance reacendeu o debate sobre a falta de uniformidade na aplicação das regras.
Critério da arbitragem no Brasil em xeque mais uma vez
Torcedores, comentaristas e dirigentes lembraram um lance semelhante na rodada anterior, envolvendo Gustavo Gómez, do Palmeiras, em uma disputa contra o Cruzeiro. Na ocasião, o zagueiro paraguaio também atingiu o adversário com a sola em dividida, mas o árbitro decidiu não aplicar expulsão.
Se no jogo do Flamengo a justificativa foi a perna estendida e o ponto de contato, no lance envolvendo Gómez o entendimento foi de que não houve tempo hábil para recolher o movimento. A comparação reacendeu a discussão: o critério tem sido o mesmo?