Quem é Lucas Piton e por que seu momento no Vasco está em pauta?
Lucas Piton é o lateral-esquerdo ítalo-brasileiro e um dos principais jogadores do Vasco, que em novembro de 2025 se consolidou como o maior “garçom” do time e briga pela artilharia de assistências do Brasileirão. Com formação no futebol brasileiro, ele se destaca por seu bom domínio técnico, capacidade de construir jogadas ofensivas.

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O momento de destaque no Vasco se torna ainda mais relevante porque, na reta final do Campeonato Brasileiro, o clube depende fortemente de sua criação ofensiva. Ele tem sido uma das principais armas do Cruzmaltino na construção de jogadas, o que ajuda o time a manter sua briga por uma vaga na Copa Libertadores.
O protagonismo do lateral rendeu até uma pré-convocação para a Seleção Italiana, feito que reforça seu crescimento técnico. Ao mesmo tempo, seu jogo gera debates constantes, já que o rendimento defensivo costuma ser mais questionado do que suas ações no ataque. Essa combinação entre destaque e controvérsia explica por que o momento de Piton se tornou tão discutido e por que ele é tratado como peça essencial no elenco vascaíno.

Lucas Piton jogador do Vasco durante partida contra o Operario no estadio Sao Januario pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Qual foi a trajetória de Lucas Piton antes de chegar ao Vasco?
Revelado pelo Corinthians, Lucas Piton surgiu como uma grande promessa na base, mas nunca conseguiu se firmar como titular absoluto no time principal, alternando entre a titularidade e o banco de reservas.
O jogador iniciou sua carreira no futsal do Corinthians em 2017 e rapidamente se destacou ao conquistar o Mundial de Clubes Sub-18 e garantir uma convocação para a Seleção Brasileira da modalidade. Seu desempenho chamou a atenção do clube, que decidiu migrá-lo para o futebol de campo.
Sendo assim, em dezembro de 2018, Piton passou a integrar o time sub-20 ao Corinthians para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, marcando o início de sua trajetória no futebol profissional. A estreia no time principal aconteceu em 8 de dezembro de 2019, em uma partida contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro e apesar da derrota por 2 a 1, o lateral participou ativamente do jogo, dando uma assistência para o gol de Gustavo Mosquito.
Nos anos seguintes, ele alternou bons momentos com dificuldades para se firmar como titular, especialmente diante da concorrência de Fábio Santos, experiente lateral-esquerdo que se manteve como referência na posição. Ao longo de sua passagem pelo Timão, Piton mostrou talento e capacidade ofensiva, mas enfrentou críticas relacionadas à intensidade defensiva e à consistência na marcação.
Mesmo em 2022, quando atingiu o auge de sua utilização no clube Alvinegro com 52 partidas e um gol pelo Brasileirão, parte da torcida ainda questionava seu desempenho. No fim daquele ano, após negociações com o Vasco da Gama, o Corinthians decidiu vender Piton por cerca de 3 milhões de euros, encerrando um ciclo em que o jogador se destacou por potencial e qualidade técnica, mas sem alcançar estabilidade como titular absoluto.

Lucas Piton jogador do Corinthians comemora seu gol durante partida contra o Botafogo no estadio Engenhao pelo campeonato Brasileiro A 2022. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Quando Lucas Piton chegou ao Vasco e qual era o contexto?
Piton chegou ao Vasco no início de 2023, sendo uma das primeiras grandes contratações da “era SAF” (777 Partners), em um movimento visto com surpresa e certa desconfiança pelo mercado. Na ocasião, o clube retornava à Série A após o acesso da Série B e precisava reforçar posições-chave no elenco.
A chegada da 777 Partners trouxe maior capacidade de investimento, permitindo ao Gigante da Colina contratar Piton junto ao Corinthians por aproximadamente 16,6 milhões de reais por 60% dos direitos econômicos do jogador. A negociação foi considerada ousada e gerou repercussão no mercado, já que o lateral ainda buscava consolidação como titular absoluto.
Entre os torcedores, a contratação foi recebida com expectativa. O lateral era visto como um atleta promissor, com boa técnica e capacidade ofensiva, e muitos esperavam que ele trouxesse mais profundidade ao setor esquerdo do time. Ao mesmo tempo, havia certo ceticismo, já que ainda precisava demonstrar consistência e se firmar em uma equipe que passava por um processo de reconstrução.
Sua adaptação ao Vasco da Gama aconteceu rapidamente. Desde os primeiros treinos, conquistou espaço entre os titulares e mostrou sintonia com a proposta da equipe. Em suas primeiras partidas oficiais pelo clube, participou diretamente de jogadas importantes, incluindo assistências, e logo se tornou uma peça fundamental para o time, ganhando confiança de comissão técnica e torcida.
Quais foram os feitos de Lucas Piton desde que chegou ao Vasco?
Piton se tornou o lateral com mais assistências no futebol brasileiro desde sua estreia, o que lhe rendeu uma convocação para a Seleção Italiana em 2023. Desde que desembarcou no Vasco, o jogador acumulou números expressivos e de acordo com fontes do clube e estatísticas de sofascore, ele distribuiu mais de 20 assistências em mais de 120 partidas pelo time carioca.
Em agosto de 2025, ele ultrapassou Alex Teixeira e se tornou o jogador do elenco do Vasco com mais passes para gol desde sua chegada. Em termos de performance por temporada, o camisa 6 mostrou consistência: em 2023, participou de 49 jogos, marcou 1 gol e deu 7 assistências e em 2024 teve 52 partidas, 6 gols e 8 assistências, já em 2025, pelos dados mais recentes, novamente atingiu 1 gol e 11 assistências.
Sua pré-convocação para a Seleção Italiana em 2023 foi um reconhecimento internacional de sua qualidade. Embora não tenha sido incluído na lista final, o chamado reforçou a visibilidade do jogador e validou sua decisão de se transferir para o Vasco. Técnicos e analistas destacaram seu potencial e consistência ofensiva como fatores determinantes para a chamada.
Por que parte da torcida critica Lucas Piton, mesmo com tantas assistências?
A crítica central é a mesma desde o Corinthians: sua dedicação ofensiva deixa espaços consideráveis na defesa, o que sobrecarrega a zaga em momentos cruciais. Parte dos torcedores e da mídia vêm apontando um problema defensivo recorrente em Piton.
Um exemplo ocorreu na goleada de 4 a 0 sobre o Independiente del Valle, pela Sul-Americana de 2025. Piton foi expulso nos primeiros minutos, e a situação ganhou ainda mais repercussão quando a Conmebol abriu um procedimento disciplinar contra ele por conta da entrada violenta, evidenciando a gravidade da ação. Cicinho, ex-jogador e atual comentarista, avaliou a atitude como “juvenil” e destacou a fragilidade do sistema defensivo do Vasco: “Não há necessidade de se fazer uma falta tão grave como aquela que ele acabou cometendo”.
O episódio também gerou reações do técnico Fernando Diniz, que defendeu o jogador, afirmando que a expulsão de Piton “condicionou todo o jogo”, ressaltando como a ausência dele impactou a dinâmica da equipe. Esse dilema entre a capacidade ofensiva e o risco que ele representa defensivamente, alimenta debates sobre até que ponto o time deve depender dele na construção de jogadas, mesmo que isso signifique abrir mão de maior segurança na retaguarda.

Lucas Piton jogador do Vasco lamenta durante partida contra o Botafogo no estadio Sao Januario pelo campeonato Brasileiro A 2024. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
O que Lucas Piton diz sobre as críticas ao seu desempenho defensivo?
O jogador reconhece a necessidade de evolução defensiva, mas defende que seu estilo de jogo é o que o técnico pede e o que o levou à Seleção Italiana. Lucas Piton destaca que esse perfil de lateral moderno, que avança com frequência e participa da criação ofensiva, é muito exigido no futebol atual: “O futebol moderno exige que o lateral ataque. O Vasco me contratou para isso, e foi assim que cheguei à seleção. Estou focado em ajudar o time a vencer.”
Apesar de admitir a necessidade de evolução, o camisa 6 afirma que suas características estão alinhadas com o que o técnico exige: “Sei que preciso evoluir na marcação, trabalho isso todos os dias, mas minha principal característica é o ataque.” O jogador demonstra maturidade ao comentar as críticas à sua marcação e não nega os momentos de fragilidade, mas os encara como parte do processo de crescimento.
Qual é o legado de Lucas Piton e o que esperar do futuro?
Com contrato longo e valorizado no mercado europeu, o futuro de Piton é uma pauta constante, mas seu legado já é o de um dos laterais mais ofensivos da história recente do Vasco. A renovação até dezembro de 2028 reforça a confiança do clube em seu potencial. A cada janela de transferências, seu nome aparece entre os mais visados por clubes italianos, o Milan, bor exemplo, monitorou o atleta no último periodo.
Além disso, sua dupla cidadania, brasileira e italiana, é um trunfo importante e facilita a mudança para a Série A sem ocupar vaga de estrangeiro. Apesar desse interesse externo, o desafio para o lateral no Vasco é transformar seu desempenho individual em conquistas coletivas. A marcação de uma vaga na Libertadores, por exemplo, aparece como meta ambiciosa e simbólica para que ele se torne um ídolo de fato, consolidando sua imagem entre os torcedores.
A jornada de Lucas Piton reflete bem um jogador que precisou deixar o Corinthians, clube onde foi formado, para encontrar seu espaço e brilhar em outro gigante. No time carioca, ele provou que seu futebol ofensivo justifica os riscos, construindo uma carreira de protagonismo. Ele exemplifica o lateral moderno: um jogador que cumpre funções ofensivas e defensivas, mas que se destaca principalmente pelo impacto no ataque.
E fica a reflexão para o futuro: Será que Lucas Piton conseguirá liderar o Vasco de volta à Libertadores, coroando sua trajetória de redenção? Ou seu futuro inevitável é a Europa, deixando o Vasco com o lucro financeiro, mas sem a glória esportiva de um título?








