Fundo de Cotia divide conselheiros, e Casares entra em campo para convencer aliados
Os bastidores do São Paulo estão movimentados nas últimas semanas. O Conselho Deliberativo do clube ainda não definiu uma data para votar a criação de um fundo de investimento destinado às categorias de base em Cotia, mas os grupos já se articulam. A proposta divide opiniões e promete ser um dos temas mais sensíveis da atual gestão.

- São Paulo negocia fundo de R$ 200 milhões para turbinar contratações em 2026
- São Paulo avalia proposta por Guilherme, do Santos, diz jornalista
O presidente Julio Casares assumiu a linha de frente nas articulações. Ele participou de três reuniões com conselheiros na última quarta-feira para apresentar detalhes do projeto. A ideia é a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) em parceria com a Galapagos, que prevê aporte mínimo de R$ 250 milhões, podendo chegar a R$ 350 milhões caso metas sejam atingidas.
A estratégia do mandatário é clara: conversar em pequenos grupos, esclarecer dúvidas e reduzir resistências. Há expectativa de que, na próxima semana, Casares esteja em um encontro maior com sua base aliada para novamente defender a proposta. O dirigente insiste que a decisão precisa ser técnica e estratégica, e não política.
Negócio ainda não está certo
Apesar do empenho, o cenário não é de unanimidade. Até mesmo entre os conselheiros que compõem a base de apoio do presidente há divisões. Alguns aliados ainda relutam em aprovar o fundo, enquanto opositores também não fecham posição. O clima é de incerteza quanto à votação.

Julio Casares presidente do Sao Paulo antes da partida contra o Flamengo no estadio Maracana pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
Um dos pontos que gera desconforto entre os conselheiros é a diferença entre o valor garantido e o teto possível do acordo. Enquanto o fundo assegura R$ 250 milhões, a cifra de R$ 350 milhões dependerá do cumprimento de metas. Parte do Conselho questiona se o risco compensa, especialmente porque o clube arrecadou R$ 234,2 milhões em 2025 apenas com vendas de jogadores formados em Cotia.
Casares aprova o projeto
Para Casares, a proposta é uma oportunidade de assegurar recursos e dar ainda mais protagonismo à base, reconhecida como pilar financeiro e esportivo do São Paulo. Em entrevista, ele reforçou que não vai poupar esforços para convencer os conselheiros. “Se tiver grupo de 20, nós vamos fazer dez reuniões com 20 conselheiros”, disse o presidente ao GE.

Veja também
Escalação do São Paulo: Ferreira desfalca, mas Crespo ganha reforços contra o Botafogo
Enquanto o debate segue, o futuro de Cotia está em jogo. Se aprovado, o fundo pode representar um marco na história do clube, com impacto direto no planejamento estratégico e na sustentabilidade financeira. Mas, para sair do papel, o projeto ainda precisa vencer a resistência de parte significativa do Conselho.








