O corpo e a mente precisam estar sempre alinhados para um bom desempenho em tudo na vida. No poker, não poderia ser diferente, por isso apesar do mais nobre jogo de cartas ser um esporte mental, onde a técnica e a estratégia devem sobressair, é preciso ter o físico calibrado para aguentar maratonas de disputas. Essas afirmações, fazem parte do pensamento de Marcelo Giordano, um conhecido profissional paulista que foi entrevistado com exclusividade pelo Bolavip Brasil.
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“Eu sempre defendi, acho que tá super ligado a um bom desempenho e a concentração”, disse o jogador que possui dois títulos de “Main Event” do CPH, o campeonato paulista de poker. “O exercício físico libera hormônios de estímulos emocionais positivos. É o responsável por um bem-estar melhor, ficar mais disposto”, complementou Giordano falando também sobre qualidade de vida e aspectos fundamentais para poder evoluir nas disputas.
Marcelo Giordano (Foto: Divulgação/BSOP)
“Fico ali 8 horas sentado, jogando, se não estiver com as costas e o abdômen fortalecidos… Até mesmo os braços, porque você ficar na mesma posição tanto tempo, acaba pegando um pouco o ombro e o antebraço”, continuou o craque do baralho alertando que essas dores podem atrapalhar muito no momento de tomar decisões importantes. Ele também revelou que não é preciso o atleta de poker mergulhar de cabeça em uma academia de ginástica.
Marcelo Giordano (Foto: Divulgação/BSOP)
“Não precisa ser nenhum superatleta. Às vezes uma caminhada antes do ‘grind’, uma série de abdominais, algo que estimule a circulação sanguínea, que dê um pouco mais de força, disposição, já é o suficiente. Com certeza, qualquer tipo de exercício pode ajudar, deixar mais concentrado”, disse Giordano que em 2019 foi o recordista brasileiro de ITMs na WSOP, chegando 19 vezes na zona de premiação e ganhando o apelido de “nasceu em ITM”.
BSOP Brasília
Todo esse trabalho físico refletiu no recente sucesso obtido por Marcelo Giordano na etapa de Brasília do BSOP, o campeonato brasileiro de poker. Logo no primeiro dia, ele ficou com um belo 2º lugar no Evento #2 (R$ 5.000 One Day High Roller) e recebeu a forra de R$ 62.850. Depois disso, veio a primeira mesa final da carreira dele em um “Main Event” da série, onde deixou a disputa em 7º e angariou mais R$ 44.600.
Pódio High Roller One Day (Foto: Divulgação/BSOP)
“Essa viagem para o BSOP foi uma das melhores experiências da minha vida”, disse o jogador exaltando que o período no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada foi muito bem aproveitado. “O tempo estava gostoso, deu para sair um pouco do frio de São Paulo e curtir com os amigos, jogamos futevôlei, fiz novas amizades”, complementou o craque que garantiu o pacote para a disputa do torneio através de um satélite online organizado pelo PokerStars.
Mesa Final Main Event (Foto: Divulgação/BSOP)
Pouco antes de embarcar para Brasília, ele estava indeciso se deveria ir, pensou até em pedir o dinheiro referente ao pacote para o patrocinador da série. Contudo, depois de conversar com um amigo, acabou sendo encorajado a engatar na competição. “Ele me fez acreditar que ia ser uma viagem boa, que iria dar tudo certo e acabou acontecendo, né?”, disse.
O “Main Event” do BSOP Brasília deste ano registrou um field de 685 entradas, sendo disputado em 4 dias. Fernando Araújo foi o grande campeão, enquanto Caroline Dapousa, também entrevistada recentemente pelo Bolavip Brasil, ficou com o 3º lugar. Chegar na decisão foi muito importante para Giordano. “Tinha ficado em 10º lugar duas vezes em São Paulo. Cheguei na mesa final com 10bb, em 8º, por isso beliscar um 7º foi bom demais”, concluiu.
Las Vegas e a WSOP
Marcelo Giordano já disputou os torneios da WSOP, a chamada Copa do Mundo de Poker, em quatro oportunidades, mas na edição de 2023 ainda não sabe se terá a oportunidade. O motivo é que o passaporte europeu do jogador acabou vencendo e o documento brasileiro dele não possui o visto de entrada nos Estados Unidos. “Ainda tenho um pingo de esperança que pode dar certo”, disse ele consciente da demora para renovar o passaporte ou conseguir um visto.
“Infelizmente dessa vez devo acompanhar Vegas só pelos portais de notícias, torcer de longe. Quem sabe no ano que vem eu posso estar lá”, complementou o jogador que acredita em um grande desempenho brasileiro nesta temporada. “Eu apostaria que esse ano vai ser o recorde de braceletes em uma mesma edição, acho que vem pelo menos mais uns 3, sendo um de ‘Main Event’. Chegou a hora do Brasil vencer esse torneio”, disse.
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Apesar de ser um especialista no jogo presencial, Marcelo Giordano tem se dedicado muito mais ao online nos últimos anos. Ele inclusive é dono de um time, o “In The Money Poker Team” e tem como projeto futuro fazer transmissões na Twitch. O jogador já testou a plataforma em algumas oportunidades e garante ter se divertido. Ele contou que esse processo ajuda a minimizar a solidão do jogo virtual.
Seja no BSOP, no online, ou mesmo em Las Vegas, o Bolavip Brasil vai sempre torcer por grandes resultados de Marcelo Giordano. Um jogador de poker inspirador, não só pelo talento nas mesas, mas também pela educação com todos os adversários e a paciência digna dos grandes mestres do baralho.