Abel Ferreira e o processo de hierarquia interna no SEP
Abel Ferreira construiu no Palmeiras uma reputação inquestionável quando o assunto é revelar e desenvolver talentos. Endrick, Estêvão, Allan, Vitor Reis e tantas outras Crias da Academia ganharam projeção sob o comando do treinador português, que costuma ser rígido com processos, meritocracia e disciplina.
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Mas nem todas as promessas seguiram o mesmo caminho – e o caso mais emblemático recente é o do zagueiro Naves. Promovido ao elenco principal em 2022 e tratado como potencial sucessor natural na defesa, o beque buscava, este ano, mais minutos em campo.
O desejo por protagonismo, porém, acabou se transformando em ruído interno. No início do ano, Naves externou insatisfação com o pouco espaço e, segundo o repórter André Hernan, dos canais ESPN, isso desagradou profundamente Abel Ferreira.
André Hernan conta detalhes de saída de Naves autorizada por Abel
“O Naves deu mole. Quem conhece o trabalho da comissão técnica sabe que, quando um jogador reclama de vaga no time sem ter ganhado no campo, tentando ganhar no grito, está fora. Foi isso que eu ouvi de um cara grande dentro do Palmeiras”, relatou Hernan.
Para o treinador, que costuma enfatizar que as oportunidades surgem a partir de desempenho e postura, a atitude do jovem foi interpretada como quebra de hierarquia. Naves não respeitou seu tempo e precisou buscar novos ares.
Naves se incomodou com falta de oportunidades no Palmeiras e preferiu mudar de ares. Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
A reação foi imediata: o SEP passou a trabalhar sua saída. Em julho, Naves foi emprestado ao Alverca, de Portugal, até o fim da temporada europeia, com opção de compra fixada em 4 milhões de euros (aproximadamente R$ 26 milhões).
Vida nova em Portugal: Naves decidiu mudar de ares
No Palmeiras, o zagueiro acumulou 40 partidas – nove delas na atual temporada – e contrato vigente até o fim de 2028. No Alverca, porém, o cenário tem sido mais animador: desde a chegada, Naves disputou 12 jogos, marcou um gol e chegou a ser escolhido para a seleção da rodada do Campeonato Português.
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O desempenho em Portugal mostra que o talento segue ali. Mas o episódio reforça algo que Abel sempre repetiu em entrevistas: no Palmeiras, não há atalhos. A fila existe, e só avança quem respeita o processo.
