O UFC 269 foi marcado pela presença de brasileiros dentro do octógono e com direito a duas disputas de cinturão. Se por um lado Juliana Peña chocou o mundo ao superar Amanda Nunes e finalizar a brasileira aos 3m26s do segundo round com um mata-leão, sagrando-se a mais nova campeã do peso-galo feminino. Charles Do Bronx garantiu a permanência do cinturão do peso-leve no Brasil ao finalizar Dustin Poirier.
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O brasileiro entrou no octógono como campeão da categoria peso leve, e um histórico de colocar inveja sendo o maior finalizador da história do UFC e ainda um cartel de 32 vitórias e oito derrotas em sua carreira. O brasileiro precisou percorrer um longo caminho até conseguir a oportunidade de disputar o cinturão e quando recebeu esta oportunidade, não deixou que ela escapasse e venceu por nocaute Michael Chandler para garantir o titulo de campeão da categoria. Apesar disso muitos consideravam Charles Oliveira o azarão do duelo contra Dustin Poirier. Inclusive a própria brasileira, Amanda Nunes, que iria lutar no co-main event e defender seu titulo no mesmo evento, declarou torcida para o seu colega de academia, o norte americano, Dustin Poirier.
Do Bronx e Poirer não optaram pelo trash talk e se respeitaram durante todo período pre-luta, mas após defender e manter seu cinturão, Charles Oliveira mandou um recado para aqueles que o criticavam. “O que que vou falar? Eles falam, eu venho e faço. Venho falando todos os dias que quero construir um legado, uma história. Eles ficam falando, mas eu acredito nestas pessoas aqui atrás (seus treinadores). Eles falam se estou ruim ou bem. O homem lá de cima é maravilhoso. Olha a luta que fiz hoje. Venho de 10 (vitórias) seguidas na categoria mais difícil que tem, sou campeão, recordista de finalização, são 15. Estou empatado em bônus, tenho seis, sete sequências de finalizações diferentes. O que mais querem que eu faça? Que mate alguém no octógono pra merecer? Olha isso, vocês estão loucos?”, disparou Do Bronx.
Foto: Carmen Mandato / Getty Images | Charles Do Bronx é o maior finalizador de todos os tempos do UFC
Charles recebeu duros golpes de Poirier no primeiro round e apesar do atraso provou que tem um bom poder de absorção de golpes. Apesar de perder o primeiro assalto, o brasileiro mudou sua estratégia e liquidou a fatura no segundo round. O lutador exaltou a sua equipe. “De verdade, é um time gigantesco. Acabou o primeiro round, me deram os parabéns por me manter de pé e ter trocado com cara tão duro, mas brigaram por eu não fazer o que tinha que fazer, que era botar pra baixo. Voltamos sabendo o que tinha feito, botei pra baixo, fiquei o round inteiro pontuando, batendo cotovelo. Quando voltei, o (Jorge Patino) Macaco brigou de novo. Falou: “Legal, botou pra baixo, mas e aí, vai ficar preso? Tem que tirar a cabeça, fazer acontecer. Volta mais justo, mais duro”. Voltei mais justo, mais duro, fiz a queda que treinamos na academia e fiz acontecer. Quando peguei as costas, só escutei eles falando: “Não solta mais”. Aí acabou. O Dustin acabou errando. Estava no pescoço dele, ia tentar pegar pela cabeça torcendo de lado, mas ele mesmo foi me dando a posição e, você sabe, depois que chega ali, não vou soltar mais”, comentou.
Além disso Chales e Poirer protagonizaram uma cena de respeito e solidariedade, quando após o fim do combate o americano prometeu uma doação de US$ 20 mil (cerca de R$ 112 mil) para uma instituição que o brasileiro escolhesse em sua região, no Guarujá, em São Paulo. Diante do gesto do seu adversário, Do Bronx não poupou elogios. “Ele é um cara que merece o maior respeito do mundo, um dos mais respeitosos que já lutei até hoje, vende a luta da forma que eu vendo. É um cara que pega duro, tem jiu-jítsu muito bom, é um cara que vende a luta da mesma forma que eu, e agradeci pelo fato de fazer a mesma coisa que eu, que é fazer pela favela, pelo projeto. Ele falou que ia doar pro meu projeto social, só tenho a agradecer. Tento ajudar mais as pessoas e pegar esse dinheiro vai ajudar bastante. Queria fazer um Natal e Ano Novo diferente pra todas as comunidades do Guarujá e se o dinheiro chegar a tempo, vamos conseguir fazer algo diferente”, concluiu.