A gênese da NBA

Fundada em 1946, a NBA surgiu para unificar o basquete profissional americano. Décadas depois, com caminho pavimentado e se convertendo em um sucesso midiático e de mercado, a liga colhe os frutos do pioneirismo.  

Dallas Mavericks e Boston Celtics fizeram a final da temporada 2024 da NBA (Foto: Stacy Revere/Getty Images)
© Getty ImagesDallas Mavericks e Boston Celtics fizeram a final da temporada 2024 da NBA (Foto: Stacy Revere/Getty Images)

Apesar da maré baixa nos anos 1970 e a rivalidade temporária com a outra liga nacional, a ABA, uma fusão acabou resolvendo o problema em longo prazo. Com isso, se unificavam os lucros e direitos de transmissão.

Times foram desfeitos e os quatro remanescentes da ABA, New York Nets, San Antonio Spurs, Denver Nuggets e Indiana Pacers, entraram com limitações iniciais na NBA. Além disso, tiveram de pagar indenizações aos antigos donos que tiveram equipes extintas.

É comum que franquias mudem de nome ou de cidade por conta de questões comerciais. A última delas foi o New Orleans Pelicans, que por algumas temporadas foi o New Orleans Hornets, sucessor do Charlotte Hornets, ausente da NBA entre 2002 e 2014. 

Outro exemplo famoso é o do Seattle Supersonics (atual Oklahoma City Thunder), que saiu de cena em meados dos anos 2000. Até hoje, torcedores carentes ao redor do mundo pedem a volta dos Sonics para atender ao mercado de Seattle e região.

Foto: Divulgação/NBA Brasil/Twitter/X

Foto: Divulgação/NBA Brasil/Twitter/X

Momentos Icônicos: As Eras de Magic-Bird e Jordan

A grande rivalidade da NBA também foi a primeira. Embora desequilibrada, era entre Celtics e Lakers, que disputaram títulos entre os anos 1950 e 70. Os celtas dispararam na liderança geral e empilharam taças, somando 11 no auge do pivô Bill Russell.

Essa batalha se reaqueceu nos anos 1980, quando Larry Bird e Magic Johnson ascenderam à NBA depois de serem arquirrivais no basquete universitário. Foram muitas finais entre Lakers e Celtics na década, que terminou com saldo positivo para os angelinos.

Mais tarde, nos anos 1990, houve o período de domínio dos Bulls. Liderado pelo gênio Michael Jordan, o time de Chicago foi seis vezes campeão em oito temporadas, sem perder nenhuma final, entre 1991 e 93 e 1996-98.

Os anos de hiato são justamente os que Jordan esteve aposentado do esporte, entre 1994 e 1995. Nos anos 2000, a NBA ficou marcada pelos talentos de:

  • Shaquille O’Neal e Kobe Bryant (Lakers)]
  • LeBron James e Dwyane Wade (Heat)
  • Allen Iverson (Sixers)
  • Carmelo Anthony (Nuggets)
  • Dirk Nowitzki (Mavericks)
  • Steve Nash (Suns).
  • Eram eles as grandes figuras até a ascensão de Steph Curry, nos Warriors.

Com quatro títulos, sendo o último em 2022, Curry entrou para o grupo dos maiores campeões sendo o principal jogador de Golden State.

Evolução do jogo

Atualmente, o basquete da NBA tem regras e dimensões diferentes do esporte praticado no resto do mundo, conhecido como basquete FIBA. O tamanho da quadra, o tempo de jogo e uma regra específica de tempo defensivo no garrafão torna as duas modalidades bastante diferentes.

Ao longo de mais de 75 anos, a NBA também soube se reformular para reagir a estratégias ou franquias muito dominantes. Entre as principais mudanças está o limite de 24 segundos por posse sem arremesso e a criação da linha de três pontos para chutes de fora do garrafão.

Outros regulamentos também atenderam a questões pontuais como posicionamento fixo no garrafão (limite de 3 segundos) e orientações mais rígidas sobre faltas flagrantes, para coibir comportamentos agressivos.

Mudanças nas Regras

O limite de posse surgiu para evitar que equipes ficassem apenas passando a bola de um lado ao outro para gastar tempo. A linha de três veio como uma tentativa de tornar as equipes mais ofensivas, recompensando-as pelo arremesso de longe.

O impacto foi a tática que algumas equipes empregam de focar mais em treinos de arremessos de longa distância. Na NBA dos anos 2020, quase todos os atletas de um time possuem qualidade para chutes de 3, algo restrito a armadores e alas no passado.

A largura do garrafão também foi aumentada com o passar do tempo, modificando a dinâmica ofensiva do jogo.

A tecnologia em quadra: mudando o esporte na modernidade

Na NBA, as chamadas para revisão de decisão após consulta ao vídeo são comuns. Cada treinador tem um número de desafios permitidos nos jogos e, caso a decisão do árbitro seja revertida, ele não perde esse direito. Apesar da demora eventual que possa haver no processo de revisão, a comunidade do basquete entende que o ganho é maior neste caso.

Impacto cultural: todos querem estar na primeira fila

Estar em um jogo da NBA, mesmo na temporada regular, é um privilégio enorme. Sentar na primeira fila, então, nem se fala. Em ginásios como o dos Lakers e dos Knicks, a concorrência por assentos em destaque é gigante.

Não só por acompanhar o jogo perto da quadra, mas também por aparecer para as câmeras durante as transmissões. Equipes de filmagem na cobertura das partidas sempre dedicam um tempo de câmera aos famosos. Entre as estrelas mais fanáticas, estão o ator Jack Nicholson, figurinha carimbada em compromissos dos Lakers; e o diretor de cinema Spike Lee, torcedor fanático dos Knicks, dentro e fora de Nova York.

NBA e Cultura Pop

A influência da NBA em outros campos da sociedade é notório desde os anos 1990. Não à toa, camisas e itens de vestuário dos times da liga invadiram o mainstream e as ruas, sobretudo nos Estados Unidos. 

Não raro, é possível ver artistas demonstrando apoio em clipes e aparições públicas com as cores de seus times favoritos. Ou mesmo citando lances e jogadores. Mas a interação mais fantástica da NBA com a cultura artística foi o filme “Space Jam”, de 1996, estrelado por Michael Jordan e personagens da franquia Looney Tunes. 

Na história, Jordan é engolido para o mundo da fantasia de Pernalonga e seus amigos. Com a missão de liderar um time de desenhos animados para salvar o planeta, Michael protagoniza uma divertida viagem a um universo onde a lógica é que as coisas não tenham lógica. 

O filme foi um sucesso absoluto mundo afora, rendendo produtos e adentrando o imaginário popular até a sua sequência, de 2021, estrelada por LeBron James.

NBA Global: as ligas de desenvolvimento e projetos de fomento

Fora dos Estados Unidos, existe um projeto ambicioso da NBA em andamento. A NBA Academy coloca em contato jovens de todo o planeta com a filosofia, as práticas e os treinamentos utilizados pela liga mais popular do esporte.

A iniciativa já criou ramos na América do Sul, na África e na Oceania. Isso também facilitou a visualização de novos talentos. Ao redor do globo, a liga auxilia o desenvolvimento de atletas nesses locais e também captando futuras estrelas para a liga.