O que parecia ser um grande negócio para oito clubes do futebol brasileiro se tornou um grande problema. Trata-se do contrato selado, em 2016, entre o grupo Turner eBahia, Palmeiras, Athletico Paranaense, Internacional, Santos, Fortaleza e Ceará. O acordo era de transmissão dos jogos da Série A do Campeonato Brasileiro a partir de 2019 até 2024. Mas parece que nenhuma das partes está contente.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Antes do início das transmissões, aconteceu o primeiro imbróglio. No final de 2018, uma polêmica envolvendo a parceria veio à tona. Após investigação iniciada pelo Esquadrão, as equipes envolvidas descobriram que o Palmeiras havia recebido R$ 100 milhões pela assinatura do contrato. Os outros clubes, incluindo o Bahia, receberam apenas R$ 40 milhões. A disparidade ocasionou uma nova rodada de negociação.

Bahia é um dos 8 clubes que estão em imbróglio com a Turner pela transmissão do Brasileirão até 2024. Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Bahia é um dos 8 clubes que estão em imbróglio com a Turner pela transmissão do Brasileirão até 2024. Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O presidente tricolor Guilherme Bellintani explicou como foi descoberta essa diferença contratual. “Quando entrei no clube, havia a informação de que a Turner pagou luvas iguais para todo mundo. Vitor e eu descobrimos que o Palmeiras tinha recebido uma luva muito maior. Ao invés de R$ 40 milhões, tinha recebidoR$ 100 milhões. Investigamos isso, a Turner negou. Desarquivamos as atas do ConselhoFiscal do Palmeiras. Conseguimos a prova de que o Palmeiras tinha recebido a mais. Isso gerou uma renegociação com a Turner”, revelou o mandatário durante um encontro online.

O Brasileirão 2020 ainda nem começou e a Turnere os clubes já estão com mais problemas. Neste período de pandemia, o gruposuspendeu 50% dos pagamentos referentes aos direitos de transmissão. O valor gira em torno de R$ 105 milhões. Com isso, as equipesque fazem parte do acordo acreditam que essa é uma tentativa de rompimento contratual. Para Bellintani, a Turner agiu de maneira inadequada.“No momento em que os clubes precisavam de parceira, a Turner foi lá e tirou nosso tapete. Estamos discutindo, mas ainda não chegou em vias judiciais. Essa iniciativa foi tomada por todos os clubes”, disse.

Apesar de as condições de contrato atuais não serem satisfatórias ao Bahia, Bellintani afirmaque nãotem a intenção de rompimento, o que é o desejo da Turner.É um contrato extremamente problemático, fora do que a gente imagina como contrato bom para o clube. Paga menos do que a Globo paga. De certa forma, é um grande problema para a gente. Não tenho objeção a cumprir, mas a Turner quer romper unilateral. Vamos para o enfrentamento, sabemos nossos direitos. Vou lutar pelo clube que eu amo”, avisou.

Com todas as idas e vindas, a relação entre os clubes e o grupo têm se tornado cada vez mais conflituosa. O rompimento unilateral não seria bom para as equipesenvolvidas por conta da multa rescisória que passaria de R$ 1 bilhão, somados todos os times. Ocorrendo um rompimento, o caminho mais provável para as agremiações é retornar para o grupoGlobo.Por enquanto, o que se sabe é: o que era para ser um sonho e uma nova forma de realizar transmissão de futebol no Brasil, tornou-se uma grande novela.