A negociação entre Vasco e Atlético-MG nunca esteve tão próxima de ser concluída. Um indício claro foi a liberação de Marrony dos treinos do Gigante da Colina para acertar os últimos detalhes contratuais com a diretoria do Galo e seu empresário.

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A saída do até então titular, por um valor que ficará na casa dos R$ 20 milhões, vai ser uma missão para Ramon Menezes e, por isso, a coluna de hoje vai analisar todas as opções que o Vasco tem no clube para suprir a ausência de Marrony. Vale lembrar que o destino do dinheiro da negociação seráos salários atrasados e as dívidas, logo, dificilmente o Gigante da Colina fará uma reposição investindo dinheiro e à altura da joia revelada em São Januário, apesar de mapear o mercado em busca de opções sem custo.
VINÍCIUS
Com Abel Braga no comando, o Vasco tevepouquíssimos pontos posivos, mas com certeza Vinícius é um deles. Aos 19 anos, o garoto começou a ganhar espaço nos profissionais e, em praticamente todos os jogos que fez, foi um dos destaques. Pode – e deve – atuar como ponta direita, mas também joga peloesquerdo ou como segundo atacante.
Habilidoso e partindo para cima dos adversários,mostrou personalidade quando exigido. É destro e, ao lado de Talles, tem o “mano a mano” mais qualificado do elenco. É comum entenderem “criação” no futebol passando só pelos meias. PorémVinícius é o tipo de jogador que não cria dando um passe magistral. Ele cria pela individualidade naspontas, movimentaçãoe pela característica de nuncatratar a bolacadenciando ou não visandoao gol. Em um dia inspirado, é perigo constante.
Precisa amadurecer e ser um pouco menos ‘fominha’, mas tem potencial e é visto como substituto natural de Marrony por grande parte da torcida. Na minha visão, é realmente o atleta mais preparado do elenco para ocupar esse espaço.

Vinícius é visto como substituto natural de Marrony (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)
MARTÍN BENITEZ
O argentino que chegou para vestir a camisa 10 do Vasco da Gama já atuou pelas pontas, porém não sendo um jogador agudo e de linha de fundo, mas sim abrindo espaços pela qualidade no passe e habilidade. Encaixano 4-4-2, como meia centralizado, ou no 4-3-2-1, como ponta abrindo as jogadas para o centro.
Benítez chegou ao Vasco emprestado pelo Independiente, tem 25 anos, e ainda não teve tempo e nem condições físicas de mostrar seu futebol, já que se recuperou de lesão, fez dois jogos como reserva pelo Gigante da Colina e depois viu a pandemia interromper sua progressão.
No ataque vascaíno, Talles e Cano são tidos como titulares absolutos, e a opção de Vinícus para completar o tridente foi dada acima. Mas se Ramon Menezes, que gosta de jogar com um meia armador, quiser implantar outra formação, Benítez, pelo que fez no time argentino, parece ser a melhor opção. É um atleta mais técnicoe que pode dividir a responsabilidade da criação com Guarín no meio-campo ou mesmo jogar pela esquerda abrindo para o meio e dinamizando as jogadas do Cruz-Maltino.

Benítez é opção caso Ramon queira inovar na formação (Foto: Carlos Gregório)
BRUNO CÉSAR
Após chegar ao Vasco com status de grande contratação, a trajetória do meia no Gigante da Colina até aqui é para se esquecer. Tirando uma partida contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiiro 2019, em São Januário, o meia de 31 anos não chegou perto de desempenhar bom futebol e claramente esteve acima do peso durante esse tempo. Quesitos que fizeram o departamento de futebol descartaro meia e tentar uma negociação com outros clubes.
Porém nada disso teve sucesso e, com Ramon Menezes apostando na volta por cima do jogador, ele foi reintegrado ao elenco. Durante a pandemia, teve clara perda de peso e, apesar de não ter nenhuma característica parecida com Marrony – além da perna predominante ser a esquerda -, ele também é uma opção para o novo técnico do Vasco.
Se escolhido ou testado, será mais uma aposta na função clássica do camisa 10: organizando o meio-campo e criando para municiar o ataque. Diferente de Benítez, a única chance de Bruno César atuar no time é centralizado. Porém, para mim, está muito atrás de Vinícius e do argentinocomo opção, mesmo sendo algo plausívelna cabeça do técnico Ramon Menezes, que gosta de ter um armador.

B. César terá mais uma chance de mostrar valor no Vasco (Foto: Rafael Ribeiro)
OUTRAS OPÇÕES NO ELENCO
Com três escolhas mais claras no momento, Ramon também tem o garoto Gabriel Pec, que foi utilizado como meia por Abel Braga e não correspondeu. Porém, quando subiu aos profissionais com Luxemburgo, foi na ponta que ele chamou atenção do ex-treinador e também é observado desde então por Ramon, antes auxiliar técnico permanente do clube.
Lucas Santosé outro nome da base que vai ser observado. Tem características semelhantes às de Martín Benitez e pode fazer funções parecidas. Tido como uma joia desde que era da base, ainda não engrenou nos profissionais.
Seguindo a linha do meia centralizador e que pode dividir a criação com Guarín,Caio Lopesaparece. Não tem condições de atuar na ponta, entretantotem um passequalificado, pode dar consistência no meioe possui uma característica que nenhum meia tem no elenco vascaíno: pisa na área para marcar gols.
OLHO NA BASE
As opções variam, mas há um nome na base, que treina constantemente nos profissionais e tem características muito parecidas com Vinícius e também tem potencial de crescimento: João Pedro. Canhoto, o garoto é mais baixo do que Marrony, mas tem mais habilidade e já merece mais oportunidades nos profissionais há tempos. Com oespaço deixado por Marrony, João Pedro pode começar a ganhar mais chancescomo o reservaque “põe fogo no jogo” e ir se consolidando aos poucos.
SEM CHANCES
A temporada de Abel Braga, como disse, tem pouquíssimos pontos positivos, mas muitos negativos. Um deles foram as escolhas insistentes em Tiago Reis e Ribamar, centroavantes de ofício – e que nem na posição deles estavam rendendo -, para atuar como pontas em diversos momentos do jogo. Não há a mínima condição de dar certo. Tiago Reis tem faro de gol, mas é lento e pouco sabe atuarpelas pontas. Ribamar é rápido, mas apresenta dificuldade de raciocínio para construir jogadas e também para carregar a bola por muito tempo. Este é um erro que Ramon Menezes não pode cometer.








