A crise política e administrativa no Internacional ganhou um novo e explosivo capítulo. De volta ao Rio de Janeiro para passar a reta final do ano ao lado da família, Abel Braga foi surpreendido pela verdadeira implosão do departamento de futebol colorado e não escondeu a revolta com a forma como tudo aconteceu — especialmente com a saída de Andrés D’Alessandro.

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Na última terça-feira, o presidente Alessandro Barcellos promoveu mudanças drásticas no futebol do SCI. O executivo André Mazzuco foi demitido, enquanto o vice-presidente de futebol José Olavo Bisol e o diretor esportivo D’Alessandro pediram desligamento. Para Abelão, no entanto, a saída do argentino foi a mais dolorosa e simbólica.
D’Alessandro, vale lembrar, foi justamente quem ligou para Abel Braga e o convenceu a assumir o Internacional nas duas rodadas finais do Brasileirão, missão que culminou na permanência do clube na Série A.
Abel sempre manifestou o desejo de seguir trabalhando ao lado do ídolo argentino, inclusive em uma função fora de campo, e chegou a defender internamente a continuidade de D’Ale no projeto para 2026.
D’Alessandro traído e situação revoltou Abelão no Beira-Rio
Segundo informações do setorista Leonardo Moll, da Band RS, D’Alessandro se sentiu profundamente traído ao não ter sido sequer comunicado sobre a demissão de André Mazzuco. A decisão teria sido tomada após uma reunião do antigo departamento de futebol, em meio a uma forte pressão política nos bastidores do Beira-Rio.
Mesmo respaldado por Abel Braga, o argentino avaliou que o ambiente interno se tornou insustentável e concluiu que não havia mais confiança no projeto esportivo para a próxima temporada. Diante disso, pediu desligamento imediato.

Saída de D’Alessandro do Internacional ainda causa ‘sequelas’ e Abel Braga ficou revoltado – Foto: Luiz Erbes/AGIF
A reação de Abelão foi dura. O ex-treinador ficou revoltado tanto com a saída de Mazzuco quanto, principalmente, com a de D’Alessandro. Havia, segundo pessoas próximas, uma promessa de manutenção da base do departamento de futebol, especialmente pela relação construída desde o retorno de Abel ao Beira-Rio como figura de liderança na reta final do Brasileirão.
Abel voltará a trabalhar no SCI em 2026 com uma condição
Insatisfeito com a condução do processo e com a quebra de acordos, Abel Braga deixou Porto Alegre e retornou ao Rio de Janeiro. Aos mais próximos, o ídolo não escondeu a indignação e foi taxativo: só aceitará trabalhar no Internacional em 2026 se o SCI contratar profissionais de sua absoluta confiança para o futebol.
O episódio amplia a instabilidade no Inter e coloca em xeque o planejamento para a próxima temporada. Com a saída de figuras históricas e a insatisfação declarada de um dos maiores ídolos do clube, o cenário político e esportivo no Beira-Rio segue marcado por tensão, incertezas e decisões que prometem novos desdobramentos.








