Em pleno século XXI, a humanidade ainda não se livrou de costumes arcaicos que assombram a sociedade. O racismo, infelizmente, está enraizado no cotidiano e o futebol presenciou um ato lamentável nesta semana. Na Champions League, durante o jogo entre PSG e Istanbul Basaksehir, o quarto árbitro causou uma situação constrangedora no Parc des Princes.
- Palmeiras empata com o Cruzeiro em 1 a 1 e é campeão brasileiro
- Em despedida de Fábio Santos, Inter bate Corinthians por 2 a 1
Ao cometer um ato racista contra um jogador do Istanbul, os elencos do PSG e do time turco saíram de campo e se recusaram a continuar o duelo. O protesto surtiu efeito e a partida voltou somente no dia seguinte, ganhando repercussão mundial, chegando até na Libertadores da América. Dentro do minuto de silêncio em respeito às vítimas da Covid que antecedeu o apito inicial de Palmeiras e Libertad, o atacante Rony ficou de joelhos e cerrou o punho em manifestação contra a discriminação.
A atitude fez a Conmebol acenar com a possibilidade de punir o Palmeiras pela proibição dos atletas de exibirem “mensagens políticas, religiosas, comerciais ou pessoais”. Em entrevista aos canais Esporte Interativo, o camisa 11 do Verdão lamentou a denúncia.
Jogadores do PSG e do Istanbul saem de campo após racismo do quarto árbitro (Foto: Getty Images)
“É triste, né? Fiquei sabendo hoje pelas redes sociais que isso pode acontecer. Fiquei triste e injuriado, porque a gente vê as coisas acontecendo, infelizmente, e tenta fazer algo pra tentar parar, pra tentar mobilizar pra que tudo isso pare de acontecer. Já está virando uma moda isso na população”, declarou o atacante. Nos bastidores, o Palmeiras tem confiança de que não haverá multas da Conmebol pelo ocorrido.
Entretanto Rony não se dá por vencido na luta contra o racismo. Se Neymar, Mbappé e companhia foram capazes de tirar seus times de campo na Champions, o palmeirense garante que sua equipe faria o mesmo numa eventual ocorrência.
“Não tenha dúvida disso (que vou liderar a retirada do elenco do Palmeiras). Quando eu vi o que aconteceu no jogo do PSG fiquei muito triste. O narrador do Esporte Interativo, Jorge Iggor, falando tudo aquilo me comoveu muito. A atitude que o Paris tomou foi de um clube que realmente sabe que tem muitas pessoas que são vítimas de racismo. Quando se trata de uma pessoa negra, todo mundo tem de ter respeito. Ali eu representei a minha cor e fiz o que deveria fazer. Me senti orgulhoso de mim mesmo, porque muitas pessoas, jogadores, pessoas que têm muitos seguidores, poderiam também ter feito o mesmo. Isso tem que acabar”, concluiu o atacante.
Em campo, o Palmeiras define a classificação diante do Libertad na próxima terça-feira (15), no Allianz Parque, valendo vaga na semifinal da Libertadores. Neste sábado (11), o Verdão encara o Bahia pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, às 19h (de Brasília). A tendência é que a equipe entre com uma formação mista para poupar os titulares.