Após ser uma das vítimas do ataque ao ônibus do Bahia na última quinta-feira, 24, o goleiro Danilo revelou durante coletiva que poderia ter morrido no ataque que lhe rendeu um corte profundo no pescoço e um trauma no olho esquerdo, além de lesões em diversas partes do corpo. O arqueiro pediu uma ação rígida das autoridades contra “bandidos disfarçados de torcedores.”. “Situação chata. O futebol brasileiro pentacampeão, com tudo para ser dos mais bonitos do mundo, hoje está virando notícias policiais. No momento que o mundo vem passando por guerra, adversidades, a gente está vivendo isso dentro de um ambiente onde era para unir atletas, jogadores, torcida, tudo em um mesmo objetivo que é buscar alegrias. Meio complicado dar opinião, passa do nosso ponto de alcance. Mas esperamos as medidas tomadas pelas autoridades para mostrar que o futebol brasileiro ainda tem jeito”, cobrou o jogador que afirmou ainda que a coletiva era uma das mais difíceis de sua vida.
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O atleta ainda pontuou falta segurança no futebol brasileiro. “Acho que hoje, no futebol brasileiro, não só no Bahia, falta segurança. A gente viu em Porto Alegre, Pernambuco, no Paraná, racismo no Engenhão, na final da Copinha… Qualquer lugar está complicado para poder jogar. E a gente só quer fazer nosso trabalho, da melhor maneira e com segurança, se possível. Está complicado no Brasil todo. A paixão está sendo totalmente confundida com agressão. São bandidos disfarçados de torcedores”, disparou que ainda afirmou que “A preocupação não é só com o Danilo hoje, é com atleta do Grêmio (Villasanti) e com todos os envolvidos nessa semana muito complicada para o futebol brasileiro. Tivemos a mesma situação no Náutico, no Paraná, complicado. Tem de ter segurança em nível nacional.”.
Danilo revelou que não compreendeu de forma imediata o que estava acontecendo no momento do ataque ao ônibus. “Eu demorei para manifestar alguma coisa que tivesse acontecido dentro do ônibus, pois estava de fone e não percebi. Senti como se fosse uma porrada no rosto sem saber o que estava acontecendo e vi alguém gritando de uma bomba, quando me dei conta estava sangrando, pingando, monte de sangue no corpo. Estava aéreo e sem saber o que estava acontecendo. Ficou estranho de entender o momento.”
O arqueiro afirmou que só soube da gravidade do que ocorreu no hospital. “Uma coisa é machucar em campo, outra ser ferido intencionalmente. Podia ter sido uma tragédia maior, pelo corte no pescoço, foi bem profundo e o médico falou que poderia ter pego uma veia. A barba ajudou a proteger, tirou o impacto, mas o corte ficou com muito vidro dentro, bem profundo. Estou bem, estou tranquilo e, graças a Deus, vivo, mas com cicatrizes para o resto da vida.”
Além das marcas físicas o goleiro ainda revelou que precisou da ajuda do clube e da família para superar o trauma e evitar as sequelas psicológicas. “Na primeira noite, após o incidente, não conseguia dormir, não vinha sono, tive de pedir medicamento à enfermeira. Me assustei com um barulho no corredor, mas Deus é bom comigo, tenho cabeça boa e não acredito em estresse pós traumático”, afirmou. “Tive um trauma próximo ao olho, mas sem ser atingido por vidros. Por causa do trauma, foi constatado um sangramento, em alguns termos técnicos que não sei falar, uma retração da retina. Estou me recuperando, mas sinto que tem fumaça, que está desfocado. Passarei por procedimento na sexta-feira e vou me recuperar totalmente.”