Um novo ciclo após nove anos
Após quase uma década de ausência, a Copa do Brasil Feminina voltou ao calendário e tem sido considerada fundamental para o crescimento da modalidade. Aline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da CBF, ressaltou a importância do torneio em entrevista exclusiva ao Lance!. Ex-capitã da Seleção, ela afirmou que a competição representa um alicerce sólido para o futuro do futebol feminino.

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Segundo Pellegrino, sua principal missão na gestão é criar oportunidades que não teve enquanto atleta. Ela lembra que, em sua época, faltavam referências e competições de base para sonhar em se tornar jogadora profissional. Hoje, ao ver meninas disputando torneios sub-17 e sub-20, destaca que o cenário já oferece caminhos concretos para o desenvolvimento. Para ela, a palavra-chave é oportunidade.
A carreira de Aline começou em 1997 e durou até 2013, com conquistas importantes, como o vice-campeonato da Copa do Mundo de 2007. Naquele mesmo ano, quase deixou o futebol para seguir como professora após passar em concurso público. Resistiu às dificuldades e construiu uma trajetória vitoriosa. Hoje, usa sua experiência dentro de campo como base para transformar a estrutura fora dele.

Duda Sampaio comemora gol. Foto: Rebeca Reis/Staff Images Woman/CBF
O impacto das mudanças recentes
Desde sua aposentadoria, o futebol feminino brasileiro passou por transformações decisivas. A exigência da CBF e da Conmebol para que clubes mantivessem equipes femininas abriu portas. A partir de 2019, as competições de base ganharam forma e hoje se consolidaram em diferentes categorias. Ainda assim, segundo Aline, há lacunas a serem preenchidas, especialmente no tempo de maturação das atletas.
A coordenadora relembrou que a primeira edição da Copa do Brasil, em 2007, nasceu após o vice no Mundial e o ouro no Pan do Rio. Agora, em 2025, a competição retorna em um cenário muito mais estruturado, com três divisões nacionais. Para Pellegrino, o torneio serve como vitrine para clubes de todas as séries e dá oportunidades para equipes de menor investimento enfrentarem gigantes como o Corinthians.
A presença de times da terceira divisão na Copa do Brasil foi celebrada por Pellegrino. Realidade Jovem e Atlético Piauiense, por exemplo, já arrecadaram R$ 140 mil e garantiram um calendário mais robusto. Para ela, esse é um dos pontos centrais da retomada: oferecer visibilidade, renda e rodagem para clubes que, de outra forma, teriam um ano esportivo reduzido. O modelo de jogo único também equilibra forças.

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Construindo uma base sólida
Apesar dos avanços, Pellegrino reforça que ainda há muito a evoluir. Ela defende que a competição precisa ser construída com alicerces firmes, para crescer gradualmente e de forma sustentável. “Se a gente sai com o sarrafo lá em cima, depois a margem é pequena de crescimento”, afirmou. Para a gestora, o retorno da Copa do Brasil é apenas o início de uma nova era para o futebol feminino nacional.








