Algumas empresas patrocinadoras ficam marcadas na memória de um clube de futebol. O Palmeiras da Parmalat, o Corinthians da Batavo, o São Paulo com o Círio, o Flamengo com a Petrobrás e, claro, o Fluminense com a Unimed. A longa duração de vínculo destas marcas com seus respectivos clubes marcaram a trajetória de elencos e momentos inesquecíveis dos clubes.

Foto: Arthur Barreto/Site Oficial do Tupi FC
© Foto: Arthur Barreto/Site Oficial do Tupi FCFoto: Arthur Barreto/Site Oficial do Tupi FC

No caso do Fluminense, a parceria entre a empresa de saúde, hospitais e convênios médicos, Unimed, durou quase 16 anos. De 1998 até dezembro de 2014, a estampa da marca ficou registrada na camisa do Tricolor. No entanto, o ex-zagueiro Flávio de Lira Tinoco, que integrou a equipe campeã da Série C, afirmou em entrevista ao canal ‘Our Sports’, que a parceria entre o Clube e a empresa não foi tão benéfica como muitos imaginavam.

Em suas palavras, Tinoco disse: “O Fluminense teve um divisor de águas com a entrada da Unimed. Isso falando em investimento, poderio financeiro e em potencializar sua equipe profissional. Mas especificamente voltado para a base, a Unimed foi muito ruim para o Fluminense, porque não fazia investimento na base, algo que eu entendo ser fundamental para a vida de qualquer clube, principalmente a saúde financeira”.

Ainda sobre a questão da falta de investimento, o ex-zagueiro pontuou: “Se você não forma atletas, dificilmente você consegue ter uma saúde financeira boa para arcar com o futebol profissional. Nos tempos da Unimed, havia grupos diferentes. Um grupo de atletas recebia da Unimed e um outro grupo recebia do clube, então era uma gestão muito difícil e complexa. Eu que vivi tudo aquilo lá dentro posso dizer que nunca vi a Unimed com bons olhos para a vida futura do Fluminense. A gente via muito impedimento de atletas de grande potencial que não tinham chance nos profissionais”.

 

 

O atleta também expôs as dificuldades que ele e os colegas da época enfrentaram para ascender ao profissional: “Naquele período, eu fui o único naquela virada que chegou a jogar no profissional. A dificuldade de alguns atletas de chegarem no profissional para jogar e consolidar a sua formação era muito grande. Muito difícil mesmo. Para eu chegar ao profissional, três atletas tiveram que ter problemas de lesão. Se isso não acontecesse, eu não ia ter a oportunidade de chegar no profissional. Muitos atletas com potencial enorme não foram aproveitados por conta dessa parceria com a Unimed, que potencializava a marca, mas prejudicava a base”, concluiu o ex-jogador.