Caso Bruno Henrique ganha novo capítulo fora de campo
A situação judicial de Bruno Henrique ganhou um desdobramento importante nesta quinta-feira. A Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios acolheu, por unanimidade, o recurso do Ministério Público do DF. Com isso, o atacante do Flamengo virou réu por estelionato.

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Além do jogador rubro-negro, o irmão Wander Nunes Pinto Júnior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e outras seis pessoas também passam a responder pelo mesmo crime. Caso haja condenação, a pena prevista varia de um a cinco anos de prisão. O entendimento dos desembargadores reforça a gravidade do caso no âmbito criminal.
A Justiça do DF já havia tornado Bruno Henrique réu por fraude esportiva ainda em julho. Na ocasião, porém, o pedido para enquadramento também por estelionato havia sido rejeitado em primeira instância. O juiz responsável afirmou, à época, que não havia elementos suficientes para essa tipificação.
TJDFT muda entendimento e cita atuação das casas de apostas
O cenário mudou com o julgamento do recurso apresentado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O relator do caso, desembargador Demétrius Gomes, afirmou que a comunicação feita pela International Betting Integrity Agency representa, sim, o interesse das casas de apostas envolvidas.

PE – SAO LOURENCO DA MATA – 15/11/2025 – BRASILEIRO A 2025, SPORT X FLAMENGO – Bruno Henrique jogador do Flamengo durante a partida contra o Sport na Arena de Pernambuco, pelo Campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Marlon Costa/AGIF
Segundo ele, a atuação da entidade internacional demonstra colaboração ativa das empresas e afasta o argumento de que não houve representação formal das vítimas. Esse ponto foi determinante para que a Terceira Turma Criminal aceitasse o recurso e tornasse todos os envolvidos réus por estelionato.
A defesa de Bruno Henrique sustentou que não houve manifestação direta das casas de apostas, o que inviabilizaria a acusação. Mesmo assim, os desembargadores entenderam que os relatórios e alertas apresentados justificam o prosseguimento da ação penal.
Ainda na mesma sessão, o colegiado negou o pedido de fiança no valor de R$ 2 milhões. Para os magistrados, o jogador não apresenta risco de fuga nem necessidade de medidas cautelares mais severas neste momento.

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Enquanto o caso avança na Justiça comum, o cenário esportivo já está definido. No início de novembro, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou Bruno Henrique e optou apenas pela punição financeira. O atacante recebeu multa de R$ 100 mil, valor máximo previsto no código.
A decisão do STJD não prevê suspensão e não cabe recurso. Com isso, o Flamengo segue podendo contar com o jogador normalmente nas competições. O tribunal entendeu que o caso não se enquadra nos artigos mais graves relacionados à manipulação direta de resultado.
Bruno Henrique é acusado de ter forçado cartões em partida contra o Santos, pelo Brasileirão Betano de 2023, disputada em Brasília. As advertências beneficiaram apostadores próximos ao atleta, que registraram palpites prevendo o cartão, o que de fato aconteceu.
Apesar da liberação esportiva, o avanço do processo criminal mantém o caso em evidência. O Flamengo acompanha a situação de perto, enquanto o futuro jurídico do atacante segue indefinido fora de campo.








