Vítor Pereira teve uma passagem conturbada pelo Flamengo. O português deixou o comando da equipe pouco mais de três meses após a sua chegada e foi embora sem nenhum título, ou pior, perdendo os quatro campeonatos em que disputou, causando a ira de Rubro-Negros.

TANGER MED, MOROCCO – FEBRUARY 07: Vitor Pereira, Head Coach of Flamengo, looks on prior to the FIFA Club World Cup Morocco 2022 Semi Final match between Flamengo v Al Hilal SFC at Stade Ibn-Batouta on February 07, 2023 in Tanger Med, Morocco. (Photo by Michael Steele/Getty Images)
© Getty ImagesTANGER MED, MOROCCO – FEBRUARY 07: Vitor Pereira, Head Coach of Flamengo, looks on prior to the FIFA Club World Cup Morocco 2022 Semi Final match between Flamengo v Al Hilal SFC at Stade Ibn-Batouta on February 07, 2023 in Tanger Med, Morocco. (Photo by Michael Steele/Getty Images)

Em entrevista ao jornal português Record, VP relembrou da passagem pelo Mais Querido e deu declarações fortes. De acordo com o treinador, o Flamengo não estava pronto para ganhar o Mundial de Clubes, um dos principais objetivos na temporada. Além disso, afirmou qual foi a derrota que mais sentiu.

“A passagem pelo Flamengo foi muito curta, para se ver um trabalho ou resultados mais profundos de um trabalho que tem que ser feito. Um elenco tem que ser renovado e com gente em determinados setores e não foi possível esse trabalho. Foi um trabalho muito curto e, infelizmente, com muitos títulos imediatos para discutir quando ainda não havia um trabalho sólido, trabalho este que deveria ser feito do ponto de vista tático e mental também. Para mim foi realmente decepcionante no sentido em que os resultados não surgiram de imediato e o projeto acabou de forma prematura.

Vítor Pereira – Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

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“Essencialmente o que senti foi saber claramente o que era preciso corrigir, como deveríamos nos preparar para as finais que jogamos, mas infelizmente o tempo foi muito curto e não nos permitiu chegar consistentes, com as coisas já solidificadas. Os jogos foram uns atrás dos outros, e eu sabia quando assumi o Flamengo que corria esse risco enorme em um grande clube com uma massa muito grande. Sabia que o tempo era curto, sabia das finais todas, umas perdemos pois não estávamos preparados. De fato, o adversário foi melhor. Outras por pormenores”, começou por dizer.

“A do Palmeiras (Supercopa), um jogo muito aberto, descontrolado, não como eu gosto e que poderia ter dado para eles, como poderia ter dado para nós e que foi decidido por um pormenor do VAR que validou um gol irregular. Essa final foi decidida dessa forma. O Mundial de Clubes, apesar da expectativa de todos, torcedores e imprensa, não estávamos preparados para ganhar o Mundial de Clubes. O Real Madrid está em outra dimensão e o jogo com o Al Hilal, para mim, foi um jogo com uma arbitragem vergonhosa, que não nos permitiu sequer chegar à final. Portanto, um jogo com duas expulsões, dois pênaltis, muita coisa contra nós. A Recopa Sul-Americana acho que foi uma injustiça muito grande pois fomos superiores ao Independiente Del Valle. No jogo em casa poderíamos ter ganhado por uns três ou quatro, fomos a pênaltis e nos pênaltis perdemos a Supercopa”, prosseguiu.

“No Cariocão, ganhamos o primeiro jogo por 2 a 0 contra o Fluminense com todo o mérito, já o segundo jogo talvez tenha sido a maior vergonha da minha carreira. De fato, o que nós fizemos foi inexplicável, foi uma coisa que até a mim me surpreendeu. Faltou tudo. Nos faltou determinação, faltou querer, faltou-nos mentalidade, nos faltou consistência tática, confiança, nos faltou tudo. Agressividade, talvez a maior tristeza seja mesmo essa. A maior desilusão porque não deveria ter acontecido. E sinceramente, me senti envergonhado com aquele jogo”, complementou.