Quem é Léo Pereira e por que seu momento no Flamengo está em pauta?
Léo Pereira é o zagueiro titular e um dos pilares do sistema defensivo do Flamengo, que em novembro de 2025 se consolidou como um dos líderes do elenco na busca pelos títulos da reta final da temporada. Defendendo o Mais Querido desde 2020, o camisa 4 é a personificação da maior história de reconstrução do elenco atual.

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Extremamente técnico para sua posição, ele se destaca pelo estilo de ‘zagueiro-construtor’, demonstrando grande qualidade na saída de bola e na condução das jogadas desde a defesa. Com excelente visão de jogo, sendo capaz de executar passes verticais, o defensor ajuda o time na transição rápida para o ataque.
Além da qualidade com a bola nos pés, o pilar da zaga rubro-negra demonstra excelente senso de posicionamento defensivo e grande domínio nas disputas aéreas. Passando segurança para neutralizar os adversários e precisão ao se projetar no ataque em lances de bola parada, o jogador tem presença constante em escanteios e cobranças de falta.
Criticado pela Nação Rubro-Negra em temporadas anteriores, o camisa 4 vive em 2025 o melhor momento de sua carreira. Em grande fase, o zagueiro deu a volta por cima com atuações consistentes, alimentando o sonho de uma convocação para a Seleção Brasileira.

Léo Pereira em campo pelo Flamengo em partida decisiva no Maracanã – Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Qual foi a trajetória de Léo Pereira antes de chegar ao Flamengo?
Revelado pelo Athletico-PR, Léo Pereira foi capitão e um dos principais destaques do clube, conquistando títulos como a Copa Sul-Americana (2018) e a Copa do Brasil (2019), sendo considerado um dos zagueiros mais promissores do país. Apesar do sucesso alcançado no Furacão, o início da trajetória do defensor no futebol esteve longe de ser simples.
Como todo jovem atleta, ele enfrentou dificuldades para conquistar espaço no elenco principal após ser promovido para o time profissional. Em busca de experiência e minutos em campo, acabou sendo emprestado ao Guaratinguetá, em 2015, onde começou a amadurecer, dando os primeiros passos rumo à consolidação de sua carreira.
Antes de se firmar como uma das referências do clube paranaense, o camisa 4 também teve passagens por Náutico e Orlando City B, ambas por empréstimo. As experiências contribuíram para a sua evolução técnica e tática até alcançar o destaque definitivo.
De volta ao Athletico-PR em dezembro de 2017, Léo Pereira viveu uma temporada de destaque no ano seguinte. Fundamental nas campanhas vitoriosas, o zagueiro ajudou o time a conquistar títulos nacionais e continentais importantes, demonstrando regularidade ao marcar quatro gols em 28 partidas disputadas.
Em 2019, o curitibano de 29 anos consolidou de vez seu nome na história do clube paranaense. Decisivo na conquista da Copa do Brasil, o atual pilar da zaga rubro-negra elevou ainda mais o nível de suas atuações. Ele encerrou sua passagem com 124 jogos disputados, oito gols e quatro títulos em 10 anos.

Léo Pereira em ação pelo Athletico-PR na Libertadores 2019 – Foto: Gabriel Machado/AGIF
Quando Léo Pereira chegou ao Flamengo e qual era o contexto?
Léo Pereira foi contratado em janeiro de 2020 como uma das transferências mais caras daquela janela (cerca de R$ 30 milhões), chegando com a enorme pressão de substituir o espanhol Pablo Marí, pilar da vitoriosa temporada de 2019. Desde os primeiros jogos, o desafio se mostrou imediato: a filosofia de jogo implementada pelo clube.
Com dificuldades para se adaptar ao estilo moderno, caracterizado por linha defensiva alta e intensa pressão pós-perda, o camisa 4 teve um início instável e abaixo das expectativas com a camisa rubro-negra. A responsabilidade de defender um dos maiores clubes do futebol sul-americano acabou ampliando a cobrança e tornando sua adaptação ainda mais desafiadora.
Entre 2020 e 2021, com Rogério Ceni e Renato Gaúcho, que comandaram a equipe nas primeiras temporadas de sua trajetória pelo clube, o zagueiro viveu um momento difícil, marcado por oscilações e falhas individuais. Um dos episódios mais lembrados ocorreu no duelo contra o Atlético-MG, em 2020, quando um erro seu resultou no gol de Keno.
Através das redes sociais e nos estádios, a Nação Rubro-Negra não poupou críticas ao zagueiro. O desempenho abaixo das expectativas fez com que parte da torcida considerasse sua contratação um grande equívoco. Em meio às duras cobranças, o defensor chegou até mesmo a ser apelidado de “Flop Pereira”, em referência ao momento complicado que vivia dentro de campo.

Léo Pereira defendendo o Flamengo em sua primeira temporada no Rio de Janeiro – Foto: Thiago Ribeiro
Como Léo Pereira deu a volta por cima no Flamengo?
A grande virada de chave ocorreu na temporada 2022, sob o comando de Dorival Júnior, quando Léo Pereira recuperou a confiança, formou uma dupla histórica com David Luiz e foi o pilar defensivo nas conquistas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
A chegada do ex-treinador foi determinante para essa transformação: o comandante devolveu ao zagueiro a sequência de jogos e o respaldo necessário para que voltasse a demonstrar seu melhor futebol. Com ritmo, confiança e estabilidade emocional, ele reencontrou o alto nível de atuação, tornando-se um dos principais nomes da defesa rubro-negra.
Evoluindo tecnicamente, o camisa 4 demonstrou uma transformação completa em sua postura dentro de campo. Mais maduro e confiante, iniciou uma fase de sucesso tanto coletiva quanto individual, tornando-se peça fundamental dentro das quatro linhas do gramado.
Com atuações decisivas nas finais daquela temporada, o jogador se destacou entre os principais defensores do continente, sendo eleito um dos melhores atletas da sua posição no futebol sul-americano. Encerrando o ano com 39 jogos disputados, o pilar defensivo também brilhou ofensivamente, anotando dois gols e duas assistências.
Como está o desempenho de Léo Pereira nesta temporada (2025)?
Em 2025, Léo Pereira é o zagueiro mais regular do Flamengo, atuando como o “xerife” do sistema defensivo, agora ao lado de Léo Ortiz ou Danilo, e se destacando pela liderança em campo. Contudo, a excelente fase vivida na atual temporada é resultado direto do alto nível de desempenho demonstrado nos últimos anos.
Entre 2023 e 2024, o camisa 4 consolidou de vez sua volta por cima no elenco rubro-negro. Nesse período, passou a ser carinhosamente apelidado de “Karolino”, em referência à sua então namorada, Karoline Lima. Com gols decisivos e atuações de destaque, o zagueiro conquistou a torcida, e o casal acabou sendo ‘adotado’ pelos rubro-negros, tornando-se presença constante nas menções nas redes sociais.
Antes da chegada de Filipe Luís, o defensor foi um dos grandes pilares do esquema tático da “Era Tite” no Flamengo. Referência na saída de bola pelo lado esquerdo, ele desempenhou papel fundamental também no jogo aéreo defensivo, contribuindo diretamente para que o time carioca mantivesse uma das defesas menos vazadas do futebol brasileiro.
Atualmente, em 2025, Léo Pereira vive sua temporada mais artilheira defendendo o Mais Querido, somando cinco gols marcados. Além disso, é um dos líderes em desarmes e interceptações, figurando também entre os jogadores com maior número de partidas disputadas no elenco rubro-negro.
Mantendo o status de titular absoluto nas últimas temporadas, o astro da defesa rubro-negra soma 11 títulos até o momento: Copa Libertadores (2022), Recopa Sul-Americana (2020), Campeonato Brasileiro (2020), Copa do Brasil (2022 e 2024), Supercopa do Brasil (2021 e 2025) e Campeonato Carioca (2020, 2021, 2024 e 2025).

Léo Pereira levantando o troféu da Copa Libertadores 2022 – Foto: Reprodução/Flamengo
Por que Léo Pereira ainda divide opiniões de alguns torcedores?
Embora seja amplamente reconhecido pela sua evolução, a memória das falhas graves do início de sua trajetória faz com que qualquer erro mínimo em 2025 ainda gere uma desconfiança desproporcional por parte de uma parcela da torcida.
Esse olhar crítico se intensifica pelo peso de ter sido uma contratação cara que demorou a corresponder às expectativas. Durante muito tempo, Léo Pereira carregou a pressão de justificar o investimento e “pagar em campo” a dívida simbólica com a torcida, algo que apenas o tempo, a consistência e as grandes atuações conseguiram amenizar.
Atualmente, a maioria dos torcedores apoia o camisa 4, o enxergando como um exemplo de superação, reconhecendo sua entrega e evolução dentro do clube. Ainda assim, a sombra do passado insiste em aparecer em jogos decisivos, quando qualquer deslize volta a reabrir feridas antigas na memória do torcedor.

Léo Pereira desarmando Hulk, do Atlético-MG – Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
O que Léo Pereira diz sobre sua “volta por cima”?
Em suas entrevistas, o zagueiro reconhece o período de baixa, mas credita a “força mental”, ao trabalho diário e ao apoio da família como os pilares para reverter sua história no clube. Léo Pereira costuma ‘abrir o coração’ e ser sincero em suas falas.
“Eu nunca deixei de trabalhar. Sabia do meu potencial e das críticas, mas me fechei com minha família e foquei em evoluir”, destacou o camisa 4, afirmando que nunca faltou empenho nos treinamentos e atividades defendendo o clube carioca.
Ao abordar a responsabilidade e a pressão de defender o Rubro-Negro Carioca, o pilar defensivo da equipe costuma ser transparente ao descrever o que significa atuar por um dos maiores clubes do mundo: “Jogar no Flamengo é isso. A pressão é a maior do mundo. Ou você se torna um jogador mais forte, ou é engolido. Eu escolhi crescer aqui.”
Qual é o legado de Léo Pereira e o que esperar do futuro?
Com contrato longo e no auge de sua forma aos 30 anos (em 2025), o futuro de Léo Pereira é como um dos líderes da próxima geração de ídolos, e seu legado já está marcado como a maior história de redenção individual da era mais vitoriosa do Flamengo.
Ao assinar, em janeiro de 2023, a renovação de seu contrato com o Mais Querido até o final de 2027, o zagueiro passou a ser tratado como peça fundamental no elenco. Segundo o GE, a extensão do vínculo veio acompanhada de uma valorização, refletindo o reconhecimento da importância do jogador de 29 anos dentro do clube.
Em busca de manter o alto nível técnico, o camisa 4 segue determinado a ampliar sua coleção de títulos com a camisa rubro-negra, tendo como grande objetivo a conquista do Mundial de Clubes. Apesar da antiga desconfiança de parte da torcida, ele tem o respaldo da diretoria e comissão técnica para continuar brilhando em campo.
Léo Pereira é a personificação da resiliência. O zagueiro que um dia foi alvo de críticas, custou R$ 30 milhões, foi tratado como “piada” e quase descartado, transformou as críticas em combustível para renascer e se tornar um dos pilares do time.
A trajetória do camisa 4 resume o significado de vestir o manto rubro-negro: integrar um clube que não tolera falhas, mas que reverencia aqueles que demonstram coragem e força para se reerguer. O defensor paranaense representa a maturidade de uma equipe moldada pela pressão, dedicação e busca por vitórias e conquistas.
Será que Léo Pereira conseguirá coroar sua trajetória de redenção com o tão sonhado título Mundial? Ou sua história, independentemente de novos títulos, já é o maior exemplo de força mental que o futebol brasileiro recente já viu?








