O Flamengo já conhece o rival do próximo sábado na Copa Intercontinental: o Pyramids, campeão africano e dono do projeto mais ambicioso do Egito. A equipe chega a Doha após eliminar adversários de três continentes e garantir presença na Copa Challenger, o estágio que funciona como uma semifinal antes da decisão. A expectativa é de um jogo duro, especialmente pelo estilo físico e vertical dos egípcios.

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O caminho até aqui começou ainda em junho, quando o Pyramids deixou para trás o Auckland City, da Nova Zelândia. Depois, em setembro, venceu o Al-Ahli, da Arábia Saudita, por 3 a 1, numa das maiores surpresas do torneio até então. A vaga foi assegurada graças à conquista da Liga dos Campeões da África de 2024, quando bateu o poderoso Mamelodi Sundowns. O time chega ao Catar com confiança, elenco completo e treinador consolidado no cargo.
Pontos fortes do Pyramids
O Pyramids apresenta um modelo de jogo baseado em intensidade física e agressividade sem a bola. A equipe costuma pressionar forte no meio-campo e acelerar transições quando recupera a posse, explorando muito bem a velocidade de seus atacantes. A postura vertical é uma marca registrada, e costuma gerar boas oportunidades quando o adversário dá espaço entre linhas.
Outro ponto forte está na bola longa e nas inversões rápidas, especialmente quando busca Fiston Mayele. O congolês é artilheiro do time na temporada e referência técnica e emocional dentro do elenco. Além disso, o Pyramids conta com jogadores experientes no setor defensivo, capazes de proteger a área e lidar com duelos físicos — algo importante contra um Flamengo que produz muito por dentro e pelos lados.
- Pontos fracos do Pyramids
Apesar da solidez coletiva, o sistema defensivo sofre quando o adversário impõe ritmo alto de circulação de bola. Contra equipes que pressionam e atacam com muitos jogadores, o time egípcio apresenta dificuldades de recompor rapidamente, especialmente nas laterais. Isso pode abrir espaço para os pontas rubro-negros, que costumam ser muito agressivos em situações de 1×1.

Samuel Lino durante partida válida pelo Flamengo no Maracanã – Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Outro aspecto vulnerável está na saída de bola. Quando pressionado no campo defensivo, o Pyramids comete erros de execução e perde posse em zonas perigosas, algo que já apareceu em jogos recentes — inclusive na goleada sofrida por 6 a 1 diante do National Bank, quando atuou com time alternativo. Diante de um Flamengo que adora pressionar alto, o risco de falhas aumenta consideravelmente.
Melhor jogador
O grande nome do Pyramids é Fiston Mayele, atacante congolês de 28 anos, responsável por praticamente todas as decisões ofensivas importantes do time. Ele marcou oito gols na temporada, incluindo os três da vitória sobre o Al-Ahli na fase anterior da Copa Intercontinental. Mayele se destaca pela força física, pela leitura de infiltração e pela frieza dentro da área.
Seu impacto não é apenas técnico, mas também emocional: é o líder natural do elenco e peça central no projeto esportivo do clube. Quando o Pyramids encaixa seu jogo vertical, Mayele é sempre o destino final das jogadas. Além dele, o brasileiro Ewerton Silva, contratado por 2,8 milhões de euros, surge como segundo ponto de desequilíbrio, sobretudo em duelos individuais.
Tática esperada contra o Flamengo
A tendência é que o Pyramids mantenha sua estrutura-base em um 4-3-3, transformando-se em 4-5-1 sem a bola. O modelo privilegia marcação por setor, linhas compactas e saída acelerada em transições curtas. O time costuma povoar o meio para bloquear trocas rápidas e forçar o adversário a jogar pelos lados.

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No comportamento ofensivo, a equipe prioriza passes verticais logo após recuperar a posse, procurando acionar Mayele ou acelerar com os pontas. Já na defesa, fecha bem a área, mas tem dificuldade quando o adversário mantém posse prolongada e troca de corredor com frequência. Contra o Flamengo, é provável que o técnico Krunoslav Jurcic adote uma postura mais reativa, tentando explorar os espaços deixados pelos avanços de Varela e Alex Sandro.
Os ajustes mais prováveis incluem reduzir a altura da linha defensiva e reforçar o setor central para limitar Arrascaeta, principal articulador rubro-negro. Ainda assim, a equipe egípcia não deve abdicar das transições rápidas, sua principal arma para tentar surpreender o Flamengo no Catar.








