Na tarde desta quinta-feira (14), a apresentadora Adriane Galisteu revelou, em entrevista ao Ticaracaticast, o que conversou com o piloto Ayrton Senna, o seu então namorado, no dia que ocorreu o acidente fatal em Ímola, no ano de 1994, que vitimou o brasileiro. Segunda a artista, ele tinha pedido para se encontrarem em um aeroporto em Portugal após o término da corrida.
"Eu estava em Portugal e tinha acabado de falar com ele pelo telefone. Ele disse 'estou puto', não estava querendo correr e ainda me falou 'é a primeira vez que não quero correr'", disse Galisteu. No sábado, um dia antes da etapa de San Marino, a Fórmula 1 tinha passado por outra tragédia com a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger, fato que comoveu Senna nos boxes.
"Falei para ele 'então não corre', porque se tinha alguém que podia não correr era ele, não podia ter uma caganeira? Qual seria o problema? Lembro de falar isso para ele no telefone, e ele quase me engoliu porque não tinha pontuado nas corridas anteriores. Com a Williams, ainda não tinha conseguido nem terminar uma corrida", lembra a apresentadora. Na época, San Marino era o terceiro GP da F1 em 1994, e Senna tinha abandonado nas duas provas anteriores.
Galisteu continuou o relato: "Depois dessa braveza dele, a gente desligou. A última coisa que me falou foi 'quando começar a corrida, já vai tomar banho, porque vou sair daqui direto para o aeroporto'. Ele já estava de mala [em Ímola], de lá iria ao aeroporto e direto para o Algarve, em Portugal, onde eu estava", conta. "Comecei a assistir a corrida. Quando ele bateu, achei até que ele chegaria mais cedo em casa. Fui para o banho, desliguei a televisão, porque estava muito acostumada a ver bater, até batida pior", disse.
Ela detalhou como soube que Senna havia morrido. "Lembro de sair do banho com um silêncio sepulcral, absoluto. Ouvi o barulho de um fax chegando, corri achando que era um contrato, alguma coisa assim, mas eram mensagens com coração. Aí é que começou a cair a ficha", falou. [...] Tinha um telefonema na torre, para mim. Pensei até que era ele [Ayrton], avisando que nem precisava ir até lá. Saí do avião até aliviada, mas peguei o telefone e era o Antônio Braga [amigo próximo de Senna]. Ele disse 'não venha, tem mil pessoas se acotovelando na porta do hospital, e ele está morto'. E desligou o telefone. Quando ele falou isso, não sei de mais nada", recordou.