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Crítica: A Médium (2022) é terror de alta qualidade, mesmo com pequenas falhas

A Médium, co-produção entre Tailândia e Coreia do Sul, prova que não é preciso dar susto na plateia para ser um ótimo terror

Publicado em

Por luiz henrique oliveira

Muita gente comenta que os filmes de terror estão ficando cada vez mais óbvios. Essa é uma verdade: a cada década, há um novo “boom” do gênero, e não demora muito para os estúdios exagerarem na dose ao replicar a receita do sucesso em longas de média e baixa qualidade. As coisas funcionam assim desde sempre, é só notar. No entanto, “A Médium” — filme que estreia nesta quinta (19) nos cinemas brasileiros — pode até usar a mesma receita de bolo, mas tem diferenciais que tornam este trabalho mais atraente.

Cena do filme "A Medium", que está nos cinemas a partir desta quinta (19)
© Reprodução/Paris FilmesCena do filme "A Medium", que está nos cinemas a partir desta quinta (19)

Na história, conhecemos Nin, médium de uma pequena comunidade na Tailândia. Lá, ela tenta ajudar os moradores a lidar com os problemas espirituais, e para isso incorpora uma deusa que é passada por gerações de sua família. Uma equipe de documentaristas acompanham o cotidiano de Nin, e flagram o momento em que a sobrinha dela, Mink, passa a ser acossada por espíritos.

Poderia ser algo trivial, não fosse o problema que a equipe de documentaristas — e nós, espectadores — descobrimos com o passar do tempo: a raiz da possessão de Mink está em sua família, já que a mãe da menina é que deveria ser a médium, mas abriu mão do poder para abraçar o cristianismo. Mas será isso mesmo? É essa a dúvida que o filme planta em nossa cabeça, e conforme o tempo passa, as coisas vão ficando cada vez mais pesadas.

Um filme exemplar

É claro que o filme pode ser acusado de beber de outras fontes, mais notadamente de “A Bruxa de Blair”, um clássico do “mockumentary” (sub-gênero cinematográfico de documentários falsos) produzido em 1999. Mas ainda assim, em comparação com o deserto de ideias do terror nos últimos anos — muito por causa de “Invocação do Mal” e suas cópias/sequências — “A Médium” é um filme exemplar, que usa o “feijão com arroz” da cartilha do gênero para impressionar quem assiste.

Do elenco bem entrosado e entregue aos seus papéis, até uma direção que nos faz acreditar que as imagens são reais e não encenadas, “A Médium” merece muitos elogios e deve ser visto nos cinemas (ou, no máximo, com as luzes de casa apagadas). Mérito do diretorBanjong Pisanthanakun, conhecido por “Espíritos: A Morte Está ao seu Lado”, que se tornou um clássico com o passar do tempo. No entanto, o roteiro na terceira e última parte do filme acaba escorregando e trazendo alguns problemas. Mas nada que não seja eclipsado pelo ótimo resultado no total. Veja a crítica no vídeo acima.

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