A Netflix tem se especializado, através dos anos, em adaptar histórias reais para séries e minisséries que prendem a atenção do público justamente por isso: por encenar situações, muitas vezes absurdas, que aconteceram de verdade em algum momento. É o caso, por exemplo, dessa nova minissérie em seis episódios que estreou nesta quinta-feira (05), chamada Clark.
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A história da série acompanha a vida de um homem chamado Clark Olofsson, que se tornou um criminoso conhecido na Suécia por usar seu charme para cometer diversos crimes, além de ser um notório mentiroso: a produção aqui é baseada em sua autobiografia, o que traz alguns exageros que são ressaltados pela produção, que sempre faz questão de enfatizar como Clark é um homem muito cheio de si.
Clark, da Netflix, reconta a vida do criminoso sueco – Foto: Netflix
A série acompanha a vida de Clark desde o começo de sua carreira de crimes, quando ele, ainda muito jovem, conseguia usar seu charme e seu humor para conseguir o que queria em pequenos golpes. Com o passar dos anos, ele passou a tentar golpes maiores, e com isso o charme foi desaparecendo e dando lugar a um certo desespero. Um dos crimes mais notórios que ele cometeu foi em um banco em Estocolmo, onde ele conseguiu convencer os reféns a apoiá-lo apenas usando a malandragem. Foi ele que deu origem ao que hoje conhecemos como a Síndrome de Estocolmo.
Charme para escapar
Mas tudo isso, na série, é mostrado como uma arma de Clark para conseguir escapar das punições da justiça ou se livrar de situações de perigo. Ao longo dos seis episódios de uma hora, também acompanhamos flashbacks do passado dele, mais especificamente da infância. E é aí um dos acertos da produção: ao trazer a repetição de eventos do passado de forma diferente, entendemos como funciona a mente do criminoso: há tantas camadas de mentira nas coisas que ele conta que a verdade aparece aos poucos, e as situações verdadeiras vão se mostrando cada vez mais pesadas.
Quem interpreta Clark nessa minissérie é o Bill Skarsgård, que ficou bastante conhecido nos últimos anos por ser o Pennywise em It: A Coisa. Longe do papel assustador que ele fez nos dois filmes baseados no livro do Stephen King, aqui ele usa o charme para convencer no papel, e consegue se sair muito bem. O personagem é engraçado, arrogante e muito desafiador, ficando bem claro enquanto ele vai tentando golpes crescentes conforme o tempo passa. Mas o ator consegue também dar mais camadas quando deixa aparecer as inseguranças do cara, que vão causando transformações conforme os crimes vão ficando mais elaborados e ele vai perdendo o charme. Ele carrega a série nas costas e consegue um resultado surpreendente. Veja a crítica completa no vídeo acima.