Fred Nicácio fez história no Big Brother Brasil, foi o único participante que saiu e voltou para o reality show três vezes na mesma edição, algo inédito. Entre o público, dividiu muitas opiniões, mas sempre se manteve firme em suas pautas raciais. Ainda no confinamento na Casa do Reencontro, o médico e agora ex-BBB, revelou que iniciou um processo por racismo religioso contra Key Alves, Gustavo e Cristian.

Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

Nicácio contou porque tomou essa atitude: “Eu não posso dar muitos detalhes sobre o que está acontecendo na Justiça, mas decidi tomar essa atitude porque essas pessoas precisam prestar contas para a sociedade do que fizeram. A branquitude tem a certeza de que isso não vai dar nada, então, se eu deixo isso passar, eu reforço essa ideia. ‘Ah, Fred, mas você vai ter dor de cabeça com isso para no final não dar em nada’, se acontecer isso, vou mostrar que mais um caso de racismo provado com vídeo, com áudio, com os nomes das pessoas não deu em nada. Então, caramba, o que precisa acontecer? Como que a gente precisa provar? Quando essas pessoas vão ser punidas? É nesse intuito de levantar também este questionamento, seja qual for o resultado”, disse o médico em entrevista exclusiva para o Ecoa UOL.

Foto: Reprodução/TV Globo

Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-BBBtambém destacou como espera que as questões raciais sejam abordadas nas próximas edições: “Eu espero que continue essa porcentagem de pessoas pretas, isso é importante porque mostra, sobretudo, a diversidade de pessoas pretas para que a gente não perca nossa humanização e as pessoas pensem que preto é tudo igual porque não somos. E também desejo que mais pessoas levantem essas pautas raciais porque é saudável que essas discussões sejam vistas”, disse.

A 23ª edição do BBB foi maracada por polêmicas e Fred acredita que quando o assunto é preconceito racial, o modo de tratar  o acaso não é o mesmo: “Quando eu fui para Casa do Reencontro com os outros nove participantes, ninguém ali fazia ideia de como seria aquela dinâmica, nós tínhamos direito de desistir logo no primeiro dia e isso nos foi dado, só que eu acho que é muito improvável que alguém colocasse, por exemplo, a Dania para conviver com os dois importunadores sexuais dela por 48 horas, mas se coloca uma vítima de racismo religioso para conviver com seus três agressores. Aí você consegue perceber que existe essa diferença na hora de catalogar o nível de dor”, afirmou ele, afirmando também que: "O Big Brother é uma fatia da sociedade atual, o que acontece aqui fora vai acontecer dentro no programa. Se acontece racismo estrutural aqui fora, acontece lá dentro", disse o ex-participante.

 - Defesas

Após a repercussão do assunto, a empresária de Key Alves veio a público revelar que também está movendo uma ação na Justiça contra Fred Nicácio, por calúnia e difamação. A empresária de Key alega que a informação sustentada por Fred é falsa e que o contrato da jogadora com o clube segue vigente até 31 de maio. Por esse motivo, ela abriu uma ação na Justiça contra o médico. Já Gustavo, afirmou que tudo não passou de um mal-entendido e esperava que o assunto ficasse dentro da casa: "Espero que isso fique lá dentro. O jogo é jogo e aqui fora a gente segue a vida normal. Vida que segue aqui fora”. Cristian também se defendeu da acusação após sair do programa: “Não pensei em intolerância religiosa, não pensei que ele estava fazendo algum mal. Não foi minha intenção falar da religião de ninguém. Preconceito não vem comigo, não está enraizado na minha vida. Foi um erro ali e o que me tirou do programa. Peço desculpa para ele publicamente, não foi na maldade e foi sem intenção nenhuma”, disse.